Descubra como para fazer frente à subida da Euribor com estas recomendações e, assim, minimizar o seu esforço financeiro.
O que é a Euribor e porque subiu?
A Euribor é a taxa de juro paga pelos bancos da zona euro por emprestar dinheiro, e que serve de referência à maior parte dos empréstimos à habitação. Esta taxa não é fixa; encontra-se sujeita a oscilações diárias em função da média das taxas de juros dos bancos mais ativos na zona euro.
A taxa Euribor tem-se mantido em níveis relativamente confortáveis para os portugueses que contrataram um Crédito Habitação. Contudo, os especialistas tinham já emitido alguns alertas, prevendo que esta taxa iria aumentar, e assim sucedeu.
Na verdade, a taxa Euribor continua a subir a todo o vapor e, por isso, tem suscitado naturais preocupações por parte das famílias, que podem ficar numa situação financeira mais frágil. Quem tiver um Crédito Habitação de taxa variável vai ver a prestação da casa subir assim que for revista.
O que provocou a subida da Euribor?
O aumento da taxa Euribor é o resultado das consequências financeiras da guerra na Ucrânia. A guerra está a gerar uma inflação na Zona Euro e, como resposta, o Banco Central Europeu (BCE) adotou uma política financeira mais austera, aumentando as taxas.
Esta mudança começou a dar os primeiros sinais em fevereiro de 2022, quando o próprio BCE admitiu essa possibilidade e, desde então, a taxa Euribor tem estado especialmente volátil. Confirma-se agora o que se antevia: a Euribor subiu e vai continuar a subir, o que vai fazer disparar os encargos dos portugueses com a prestação da casa.
Contudo, existem algumas formas de combater a subida da Euribor. Explicamos de seguida como poderá renegociar as condições do seu Crédito Habitação e, assim, minimizar o impacto na saúde financeira da sua família.
6 formas de combater a subida da Euribor
Esta é a altura certa para rever as condições do seu Crédito Habitação. Deve atuar já e não esperar que a taxa suba ainda mais para o fazer. Ao renegociar com o seu Banco, deve considerar os aspetos que se seguem.
1. Renegocie o spread
O spread é uma parcela do montante que paga todos os meses ao banco pela casa, e consiste na margem de lucro que o banco obtém por lhe emprestar dinheiro. É, assim, livremente definido pela entidade bancária, e não se encontra dependente de fatores financeiros externos. Por isso, trata-se de um valor que o banco pode gerir de forma autónoma.
Tente reduzir esta parcela para, consequentemente, diminuir também o valor da sua prestação mensal. Contudo, antes de avançar com esta proposta ao seu banco, compare os spreads praticados por outras entidades de financiamento, para ter uma noção mais completa das condições atuais do mercado e até onde pode ir.
2. Pondere mudar para taxa fixa
Pode também avaliar, junto do seu banco, se vale a pena mudar para taxa fixa. Com este tipo de taxa, fica imune às oscilações da Euribor; o valor da taxa, como o próprio nome indica, é sempre o mesmo. Assim, quando a Euribor subir ou descer, a sua taxa mantém-se inalterável.
É certo que não fica prejudicado com a subida da Euribor, mas também não beneficia quando desce. Além disso, as taxas fixas são sempre mais elevadas do que as variáveis, é o preço da estabilidade.
Por isso, avalie cuidadosamente e faça simulações antes de proceder a uma eventual mudança no contrato. Tenha a certeza de que o valor que vai pagar pela taxa fixa compensa o valor da taxa variável, agora aumentado pela subida da Euribor.
3. Reveja o seu seguro de vida
Verifique se poderá poupar mais com o seguro de vida associado ao seu Crédito Habitação se o contratar fora do banco. Esta também é uma parcela do valor total que paga ao banco, e que não se encontra dependente da economia europeia.
Faça uma pesquisa de mercado sobre as condições praticadas pela concorrência, e verifique se serão mais vantajosas para o seu caso. Contudo, tenha em mente que o facto de ter subscrito um seguro de vida na mesma entidade onde contratou um Crédito Habitação pode ter originado outros benefícios, como um spread mais convidativo.
Assim, nas suas contas finais, verifique se um seguro de vida mais barato compensa a perda desse ou de outro benefício acordado no início.
4. Considere transferir o seu crédito
Também poderá considerar a opção de transferir o seu Crédito Habitação para outro banco. Tudo depende de quem oferece as melhores condições. Assim, analise a concorrência e peça propostas a outras instituições financeiras.
Verifique se propõem um spread mais confortável para o seu orçamento familiar e compare as propostas através da TAEG, optando pela menor. Se encontrar um Crédito Habitação mais ajustado a si, pode fazer a transferência e, assim, reduzir a prestação mensal.
Poderá tomar esta decisão a qualquer momento, tendo, todavia, de avisar o banco com 10 dias de antecedência e, à semelhança do ocorrido com o primeiro crédito, apresentar todos os documentos necessários à contratação.
5. Amortize parte da dívida
Se as suas poupanças assim o permitirem, considere amortizar parcialmente a dívida, ou seja, liquidar antecipadamente uma fração do crédito (sem, contudo, recorrer ao seu fundo de emergência). Desta forma, consegue reduzir o capital em dívida e, por consequência, a prestação mensal.
Tenha em conta que esta ação também pode ter um custo. Regra geral, os bancos aplicam uma penalização, calculada com base numa percentagem do capital amortizado. Por isso, é importante perceber se o que vai pagar pela amortização compensa a redução da mensalidade que vai obter.
6. Faça uma consolidação de créditos
Se tem vários créditos em simultâneo, provavelmente estará a pagar a entidades diferentes com condições diferentes. Neste caso, consolidar créditos pode ser uma boa opção.
Juntando todos os créditos num só, vai obter melhores condições e uma única prestação mensal mais baixa. Habitualmente, a taxa de juro de um crédito consolidado é mais baixa do que a média das taxas de juro de cada crédito que detém.
Esta vantagem decorre de um prazo de pagamento mais longo. Contudo, pode ser mais vantajoso pagar durante mais tempo quando isso representa mais liquidez todos os meses para suportar os efeitos da subida da Euribor.