Cuidar da boca é cuidar da diabetes e cuidar da diabetes é cuidar da boca. Neste sentido, a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) realizará esta quinta-feira de manhã rastreios de saúde oral na sede da APDP, demonstrando a necessidade de uma abordagem integrada e preventiva para ambas as condições.
Estudos recentes demonstram que 90% das pessoas com diabetes podem apresentar complicações orais devido à falta de regularidade no seu acompanhamento. Estes problemas de saúde oral englobam a gengivite (inflamação das gengivas), a periodontite (doença que afeta os tecidos de suporte dos dentes), as cáries e infeções fúngicas.
Por sua vez, uma má saúde oral pode dificultar o controlo da glicemia em pessoas com diabetes, criando um círculo vicioso prejudicial e aumentando o risco de complicações da diabetes. “A higiene oral diária, realizada de manhã e após as refeições, é fundamental para prevenir males maiores e a perda de dentes, especialmente em pessoas com diabetes”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP, realçando: “Portugal continua a ser um dos países mais carenciados neste aspeto, o que exige uma ação a nível governamental com a implementação de um programa nacional abrangente de higiene oral e diagnóstico precoce de cáries desde o início da dentição”.
João Silveira, médico dentista e vice-presidente da SPEMD, sublinha a importância da saúde oral e a sua relação com outras doenças e condições ao longo da vida: “A má saúde oral pode comprometer o bem-estar geral. Manter uma boca saudável não só melhora a autoestima e a confiança, como também contribui para uma vida mais equilibrada e feliz”.
A APDP recorda que a prevenção é a chave para uma boa saúde oral e para o controlo da diabetes.