Um dos principais favoritos à vitória, segundo as casas de apostas e a crítica, o livro de Harvey medita, ao longo de 144 páginas, sobre a vida num dia de seis astronautas na Estação Espacial Internacional e as suas reflexões em relação à vida na Terra e ao futuro da humanidade.
No discurso depois de anunciada como a vencedora, Samantha Harvey disse que dedicava o prémio “a todos os que falam a favor e não contra a Terra, a favor e não contra a dignidade e outros humanos, a todas as pessoas que falam a favor de e apelam e trabalham pela paz”.
“Olhar para a Terra do espaço é como uma criança que se vê ao espelho pela primeira vez”, disse Harvey, que, no breve discurso, citou Carl Sagan em diversas ocasiões.
Logo no início, Samantha Harvey mostrou-se “assoberbada” e afirmou: “Foi-nos dito que não podíamos dizer palavrões. Lá se vai o meu discurso. Um palavrão repetido 150 vezes. Não sei como lidar com isto”.
Apesar de “Orbital”, quinto livro da autora, não estar ainda publicado em Portugal, Samantha Harvey está editada com “Os Espaços em Branco” (pela Bertrand, em 2010, com tradução de Fernanda Oliveira).
A seleção dos 13 primeiros nomeados ao Booker 2024 foi feita a partir de 156 livros escritos em inglês e publicados entre outubro do ano passado e setembro deste ano no Reino Unido e/ou na Irlanda.
A vencedora do Booker vai receber um prémio de 50 mil libras (59,4 mil euros) e sentirá um aumento assinalável de vendas, a olhar para os exemplos de anos anteriores.
No ano passado, o vencedor do Booker foi “Canção do Profeta”, do irlandês Paul Lynch, que viu as vendas disparar 1.500% na semana após a atribuição do prémio.
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