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Cancro: IPO Porto inaugura espaço de humanização para apoio psicossocial a doentes e familiares

O novo espaço pretende humanizar os cuidados e prestar apoio integral — emocional, social e espiritual e no luto — a pessoas com doenças avançadas e os seus familiares.

9 Abril 2024
Forever Young

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto inaugurou esta segunda-feira um espaço de “apoio emocional, social e espiritual” para doentes avançados e seus familiares, com o objetivo de humanizar os cuidados prestados e contribuir para aumentar o bem-estar.

O momento foi apadrinhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esta tarde, depois de descerrar a placa de inauguração, visitou o espaço localizado no Serviço de Cuidados Paliativos do IPO.

Criado no âmbito do programa Humaniza da Fundação “La Caixa”, esta estrutura pretende, como o nome indica, humanizar os cuidados e prestar apoio integral — emocional, social e espiritual e no luto — a pessoas com doenças avançadas e os seus familiares, contribuindo para aumentar o bem-estar dos doentes internados e dos seus acompanhantes.

Na cerimónia de inauguração, o Chefe de Estado descreveu a abertura deste espaço como um momento de felicidade para o país, mas também para o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa que têm com a área dos cuidados paliativos uma ligação especial enquanto voluntário.

Classificando como “ideal” a parceria entre as duas instituições, o Presidente da República descreveu o novo espaço localizado no Serviço de Cuidados Paliativos do IPO, como uma “lufada de ar fresco”, ao permitir criar um local de “convivência”, “polifuncional”, dinamizador das mais diversas atividades e, portanto, “apelativo de futuro”.

“O que há de novo neste espaço é o não haver espaços assim mesmo, em regra, nas unidades de excelência do IPO Porto. Não há. Tem de se fazer onde é possível”, afirmou, desejando que este modelo se possa “multiplicar algumas vezes no resto do país”.

As virtualidades deste novo espaço foram também destacadas pelo presidente do IPO Porto, Júlio Oliveira, que, no discurso de abertura daquele espaço, traçou como meta a criação “de um porto seguro para quem dele precisa nos momentos mais angustiantes da sua existência“.

Esta parceria iniciada em 2021, indicou, permitiu “assistir cerca de 995 novos doentes com doença oncológica avançada e em seguimento nos cuidados paliativos do IPO, bem como a mais de 980 familiares, num total de mais de 5.600 intervenções. “Assim o IPO passou a ser a casa de um projeto de humanização singular e inspirador”, passando a oferece um Serviço de Cuidados Paliativos mais qualificado.

Criado em 1994, atualmente, o Serviço de Cuidados Paliativos “o maior e mais antigo do país” conta com 40 camas de internamento, uma consulta externa, uma equipa inter-hospitalar e um serviço de assistência domiciliária.

Ao longo destes últimos anos, acrescentou Júlio Oliveira, a parceria com a Fundação “la Caixa” tem mitigado não só a falta de alguns recursos como tem permitido abrir novas valências de apoio psicossocial e suporte ao doente oncológico e seus familiares. Este novo espaço, sublinha, vai permitir aos seus profissionais e voluntários cumprir a sua missão num local confortável e harmonioso que se pretende que seja um “espaço de trabalho, de encontro e diálogo, de reflexão, de empatia e de compaixão”.

De acordo com o diretor-geral da Fundação “la Caixa”, António Vila Bertrán”, desde 2018, o Humaniza — que presta também apoio aos profissionais, já acompanhou mais de 56.400 pessoas — 25.294 doentes e 31.196 familiares – abrangendo atualmente 19 hospitais.

Nascido da necessidade de colmatar a inexistência de uma resposta de cuidados paliativos adequada, o programa soma, desde 2018, um investimento na ordem dos 14 milhões de euros, valor que já incluí a verba destinada ao ano de 2024, revelou ainda o curador da Fundação “la Caixa” e presidente honorário do BPI, Artur Santos Silva, durante a cerimónia.

Neste espaço, a Equipa de Apoio Psicossocial (EAPS), em colaboração com os profissionais de saúde do referido serviço, poderão proporcionar apoio integral às pessoas que sofrem de doenças crónicas avançadas, sublinhou, contribuindo para a redução do stress, favorecendo a comunicação e proporcionando atividades lúdicas e de distração.

Lusa

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