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Cientistas estudam impacto da microgravidade a nível do desenvolvimento neural (e possíveis implicações para o autismo)

O autismo está a aumentar a um ritmo alarmante, mas as respostas continuam a ser insuficientes. Atualmente, 1 em cada 100 crianças é diagnosticada com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA), e estima-se que em Portugal existam mais de 60.000 pessoas autistas.

25 Fevereiro 2025
Sandra M. Pinto

Pesquisas conduzidas na Estação Espacial Internacional revelam que células cerebrais cultivadas em microgravidade sofrem um aceleramento do envelhecimento ao regressar à Terra. Como refere o Diretor do Sanford Stem Cell Education e do Integrated Space Stem Cell Orbital Research (ISSCOR), California, USA, Alysson Muotri, um dos reputados cientistas e orador neste Congresso, “este fenómeno pode ajudar a compreender fases mais avançadas do autismo, permitindo responder a questões cruciais como a possibilidade de desenvolvimento de epilepsia em crianças autistas ou a reversibilidade do autismo na idade adulta sem comprometer habilidades cognitivas. Estas descobertas abrem novas perspetivas para futuras abordagens terapêuticas.” 

 

Apesar dos avanços na investigação, as barreiras no acesso ao diagnóstico, ao ensino, ao emprego e à saúde persistem, deixando milhares de famílias sem suporte adequado.

 

Nos dias 12 e 13 de abril de 2025, Lisboa será o epicentro do debate e da transformação. A segunda edição do Congresso Europeu do Autismo – da Infância à Vida Adulta reunirá mais de 500 especialistas, investigadores, profissionais de saúde, educadores, famílias e pessoas autistas, com o objetivo de debater ações concretas para um futuro mais inclusivo.

 

Um alerta para ação: dados que exigem respostas urgentes 

  • Apenas 10% das pessoas autistas na União Europeia conseguem emprego formal.
  • diagnóstico precoce é essencial, mas muitas crianças esperam anos por uma avaliação especializada.
  • As escolas e empresas continuam sem adaptação adequada, perpetuando um sistema supressivo.
  • Parlamento Europeu recomenda a harmonização dos direitos das pessoas autistas, mas a implementação é lenta e desigual.

 

O autismo não pode continuar a ser uma questão secundária. Precisamos de respostas políticas, apoio real às famílias e um compromisso efetivo com a inclusão”, afirma Indihara Horta, Organizadora do Congresso, Mãe Atípica e Especialista em Autismo.

 

Um congresso que une Ciência e Humanidade 

 

Mais do que um evento académico, o CEA2025 é um congresso baseado em evidências científicas, mas profundamente enraizado na humanização e na inclusão.

 

A investigação científica tem revelado novas perspetivas sobre o autismo, aproximando-nos de soluções mais eficazes e inclusivas. Entre os avanços mais recentes, destacam-se:

  • Genética e Autismo: Variantes no gene DDX53 foram identificadas como possíveis fatores-chave no desenvolvimento do autismo, ajudando a explicar a maior prevalência da condição em indivíduos do sexo masculino.
  • Impacto Metabólico: Estudos indicam que as alterações metabólicas durante o período gestacional podem ter um papel determinante na manifestação do autismo, reforçando a interação entre fatores ambientais e genéticos.
  • Ligação Genética-Cerebral: Pela primeira vez, foi estabelecida uma relação entre fatores genéticos e alterações estruturais e celulares no cérebro, abrindo caminho para terapias mais eficazes e personalizadas.

 

Estas descobertas são fundamentais para um futuro mais acessível e igualitário para as pessoas autistas e suas famílias, reforçando a necessidade de abordagens multidisciplinares e humanizadas na investigação do autismo.

 

Por outro lado, dando voz e palco a pais e mães atípicas e a pessoas autistas, este será um encontro onde a ciência e a experiência de vida caminham lado a lado. Porque a verdadeira mudança só acontece quando aqueles que vivem a realidade do autismo estão no centro da conversa. 

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