O número de casos tem vindo a aumentar constantemente desde há décadas, com mais de 1,9 mil milhões de adultos, 340 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo a sofrer de obesidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 59% dos adultos e 29% das crianças da união europeia têm excesso de peso, ou são obesos. Esta prevalência tem consequências graves para a saúde, dado que a obesidade é, atualmente, responsável por mais de 1,2 milhões de mortes na Europa, a cada ano.
Em Portugal, a obesidade atinge 1,5 milhões de pessoas com mais de 18 anos, das quais 17,4% são mulheres e 16,4% são homens, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). A OMS também adverte que a obesidade é o primeiro passo para outras patologias como a hipertensão arterial, diabetes tipo II, níveis elevados de colesterol e triglicéridos, problemas osteoarticulares, risco de sofrer de pelo menos 13 tipos diferentes de cancro, apneia do sono e problemas cardiovasculares.
Tratamento para a obesidade
Hábitos como o consumo excessivo de alimentos gordos, a falta de exercício, o sedentarismo ou, em suma, o desequilíbrio entre a ingestão e o consumo de calorias são os principais precursores desta doença, especialmente se forem conjugados com uma predisposição genética, metabólica ou hormonal. A educação e a adoção de hábitos de vida saudável, desde a infância, são essenciais para prevenir a obesidade, com uma boa dieta e exercício físico regular. Contudo, nos casos de adultos em que a doença se encontra numa fase avançada, existem diferentes tratamentos: farmacológicos e técnicas endoscópicas – acompanhados de dieta e exercício – para casos de sobrepeso e obesidade menos acentuada, ou cirurgia, para casos de obesidade mórbida.
Cirurgia robótica minimamente invasiva
Atualmente, a cirurgia bariátrica é o único tratamento eficaz e minimamente invasivo para alcançar uma perda de peso significativa e sustentada, em pacientes com obesidade grave. Esta técnica consiste numa redução da capacidade do estômago, e há casos em que também é realizada uma restrição na absorção de nutrientes, tendo em conta as características de cada paciente. A utilização do sistema robótico da Vinci, a tecnologia mais avançada em cirurgia robótica, permite numerosos benefícios neste tipo de intervenção, tanto para o paciente como para o cirurgião. No ano passado, a Excelência Robótica reporta que foram realizadas 920 operações com o sistema robótico da Vinci para esta patologia, mais 87% face às 491 registadas no ano anterior, na Península Ibérica.
Algumas das vantagens desta técnica cirúrgica são a comodidade do cirurgião, que está sentado enquanto opera o sistema robótico da Vinci, minimizando o cansaço e aumentando a tranquilidade, dado que esta técnica implica muito menos riscos do que a cirurgia tradicional. Para o paciente, com este método a cirurgia bariátrica pode ser realizada de forma minimamente invasiva e com grande precisão. Graças à visão 3D imersiva que pode ser ampliada até 10 vezes, a precisão com que a intervenção é realizada atinge ótimos resultados e tanto o tempo de internamento como o período pós-operatório são consideravelmente reduzidos, o que permite ao paciente retomar a vida normal em poucos dias, com menos dor e menor risco de infeções, ou necessidade de novas intervenções.