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Cirurgia robótica: uma revolução na abordagem às patologias urológicas

Quando se fala de doenças urológicas, estas são normalmente associadas aos homens. No entanto, em Portugal, uma grande parte da população feminina sofre de problemas urológicos e recorre cada vez mais a especialistas.

26 Setembro 2024
Forever Young

Muitas destas patologias, como por exemplo a incontinência urinária, foram historicamente consideradas como inevitáveis nas mulheres – como a incontinência urinária de esforço – que é muito mais frequente no sexo feminino, e está normalmente relacionada com alterações fisiológicas e hormonais decorrentes da sua vida obstétrica e ginecológica. No sexo masculino, a incontinência urinária surge essencialmente associada a complicações cirúrgicas ou neuropatias vesicais.

Facto é que, atualmente em Portugal, as doenças urológicas são um problema de saúde significativo, que afeta tanto homens quanto mulheres, e estima-se que mais de dois milhões de portugueses sofram de alguma doença relacionada com o sistema urinário. Estes elevados indicadores de prevalência das patologias urológicas evidenciam a necessidade de sensibilizar a população para a importância dos exames regulares para a deteção precoce e para proceder ao tratamento mais adequado, em função de cada caso.

Doenças urológicas da mulher:

1.     Incontinência Urinária (IU), um estudo publicado no World Journey of Urology  revela que a incontinência urinária apresenta uma elevada prevalência nas mulheres portuguesas, com a média nacional a situar-se nos  9,9% e a aumentar com a idade (dos 6,3% nas mulheres de 18 a 39 anos, até aos 40,8% nas mulheres de 75 a 85 anos). O estudo conclui que as pacientes com IU apresentam um nível mais elevado de comorbilidades, nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias e de saúde mental. Para além disso, a IU está também associada a um maior consumo de recursos de saúde.

2.     Prolapso de órgãos pélvicos (POP) é uma condição relacionada com a debilidade do pavimento pélvico, que pode ocorrer após o parto ou a menopausa. Em Portugal, estima-se que cerca de 20% das mulheres são submetidas a cirurgias para tratamento de disfunções do pavimento pélvico e o prolapso genital é uma delas. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a prevalência global do POP – baseada na avaliação clínica em mulheres na menopausa acima dos 50 anos – atinge cerca de 40%.

3.     Infeções do trato urinário (ITU) são patologias recorrentes e apesar da infeção urinária também afetar os homens, são as mulheres que apresentam um risco mais elevado de a desenvolver. Associação Portuguesa de Urologia refere um estudo que indica que uma em cada cinco mulheres adultas tem pelo menos um episódio de ITU ao longo da vida. O pico de incidência de infeções do trato urinário baixo em mulheres observa-se entre os 18 e os 39 anos (coincidindo com a idade de máxima atividade sexual na mulher).  Um estudo realizado em mulheres entre os 17 e 82 anos com infeção por E. coli, mostrou que 44% tiveram, pelo menos, uma recorrência no ano seguinte. As mulheres com mais de 60 anos são especialmente vulneráveis, e o risco aumenta após a menopausa devido às alterações hormonais e ao enfraquecimento do sistema imunitário Calcula-se que, aos 70 anos, 15% das mulheres apresentem bacteriúria assintomática.

Doenças urológicas do homem:

Associação Portuguesa de Urologia destaca as três patologias da próstata mais frequentes: a Prostatite, a Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP) e o Cancro da Próstata. A incidência destas duas últimas tem sido maior nas últimas décadas, devido não só ao aumento da esperança média de vida, como ao desenvolvimento de novos métodos e estratégias de diagnóstico.

1.       O cancro da próstata consiste no crescimento atípico e descontrolado das células que constituem a glândula prostática. Estima-se que em Portugal surjam cerca de 7 000 novos casos de cancro da próstata, anualmente. De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, as estimativas (Globocan, 2021) indicam que em 2040 esse número ascenda a 8 216, a que corresponderá a um aumento de 21,6%.

2.     Hiperplasia benigna da próstata é causada por um aumento de uma parte da glândula prostática, a que permite a passagem da urina para o exterior da bexiga. Em Portugal realizam-se, anualmente, mais de 10 mil cirurgias por HBP, que raramente causa sintomas antes dos 40 anos. Contudo, a prevalência de HBP diagnosticada histologicamente situa-se em 8% nos homens com idades entre os 31 e 40 anos, aumenta para 40% a 50% em homens com 51 a 60 anos e dispara para mais de 80% acima dos 80 anos.

3.     A Prostatite, que consiste numa inflamação da próstata, afeta cerca de 11% dos homens com menos de 50 anos. A Associação Portuguesa de Urologia destaca que existem três tipos de inflamação da próstata: prostatite aguda infeciosa, prostatite crónica infeciosa e prostatite não infeciosa. A prostatite aguda é causada por bactérias e necessita de tratamento antibiótico urgente. A prostatite crónica é geralmente causada por bactérias, mas também por fungos e parasitas. A prostatite não infeciosa é mais frequente do que a infeciosa e não é causada por bactérias nem por outros agentes microbianos.

 

Quando o tratamento inclui cirurgia

São diversas as patologias de urologia que necessitam de intervenção cirúrgica. Ao longo de 2023, em Portugal e Espanha, 47% das intervenções cirúrgicas com o sistema robótico da Vinci foram realizadas por urologistas, em casos de patologias de próstata e rim. Entre os casos urológicos,75% foram prostatectomias.

Na saúde masculina, o cancro da próstata é, atualmente, o mais frequente no homem.  Em 2023, foram realizadas mais de 20 mil cirurgias robóticas com o sistema da Vinci em patologias oncológicas, na Península Ibérica. Destas intervenções, mais de 43,4% foram efetuadas em tumores da próstata.

sistema robótico da Vinci é uma tecnologia cirúrgica minimamente invasiva que permite aos cirurgiões efetuar as operações com máxima precisão através de incisões muito pequenas. Este sistema cirúrgico, que é cada vez mais utilizado na cirurgia urológica, aporta vantagens significativas para os doentes, entre as quais se destacam  períodos de recuperação mais curto, menor tempo de hospitalização, redução do risco de recidiva, redução do risco de complicações, minimização do risco de hemorragia e um regresso mais rápido à vida quotidiana.

O sistema cirúrgico da Vinci revolucionou o tratamento de doenças urológicas enquanto opção avançada de cirurgia de precisão e minimamente invasiva, para homens e mulheres. A sua tecnologia de última geração torna-o ideal para quem necessita de tratar cirurgicamente uma condição urológica de forma eficiente. A Excelência Robótica salienta a necessidade de realizar exames periódicos para promover a deteção precoce de patologias urológicas e aumentar a possibilidade de um tratamento mais eficaz.

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