Ao longo da história, a monarquia portuguesa foi marcada por reis de diferentes perfis, desde guerreiros conquistadores a monarcas cultos e reformistas. Cada reinado deixou marcas na sociedade, na cultura e na organização do país, definindo a identidade nacional através dos séculos. Neste artigo, falar-lhe-emos de um antigo Rei de Portugal que, aos 2 anos, já sabia falar 3 línguas, sendo considerado sobredotado na altura.
Um rei que marcou a história de Portugal
D. Pedro V, ex-Rei de Portugal, filho mais velho de D. Maria II e de D. Fernando II de Saxe-Coburgo-Gota, nasceu em Lisboa a 16 de setembro de 1837 e morreu tragicamente jovem, aos 24 anos, a 11 de novembro de 1861.
Conhecido como “o Esperançoso”, foi uma das figuras mais admiradas da monarquia portuguesa, reconhecido pela sua inteligência, sensibilidade e entrega ao bem público, qualidades que lhe garantiram um lugar especial na memória coletiva. Uma das suas particularidades era a inteligência precoce: com apenas dois anos, já falava três línguas diferentes, de acordo com o NCultura.
Após a morte prematura da sua mãe, D. Maria II, em 1853, D. Pedro tinha apenas 16 anos e, por não ter ainda atingido a maioridade, o seu pai, D. Fernando II, assumiu a regência. Durante esse período, o jovem príncipe continuou a sua formação académica e a preparação para as responsabilidades da governação.
Viagens que moldaram a sua visão
Juntamente com o seu irmão D. Luís, futuro Rei de Portugal, D. Pedro realizou viagens pela Europa, passando por países como Inglaterra, Alemanha e Áustria. Acompanhado por tutores e diplomatas, teve oportunidade de contactar com líderes políticos, conhecer diferentes sistemas de governação e observar os avanços industriais e sociais da época.
Estas experiências foram determinantes para a sua visão reformista e preparação como soberano num período de mudanças.
Ascensão ao trono e compromisso reformista
Em 1855, ao completar 18 anos, foi proclamado rei e prestou juramento perante as Cortes Gerais. Desde o início do seu reinado, demonstrou grande empenho na modernização do país, dedicando-se a áreas fundamentais como a saúde, a educação e as infraestruturas, essenciais ao desenvolvimento de Portugal no século XIX.
Um rei de inteligência considerada excecional
O ex-Rei de Portugal D. Pedro V revelou desde cedo uma inteligência acima da média. Antes dos dois anos, já falava português, alemão e francês, segundo a mesma fonte.
Aos 12 anos, lia tratados de filosofia e escrevia artigos anónimos para jornais, nos quais defendia, por exemplo, a construção de caminhos de ferro para o progresso nacional. O seu percurso escolar incluiu o estudo de latim, grego e inglês, assim como um grande interesse pelas ciências naturais e pela filosofia.
Alexandre Herculano, um dos mais reconhecidos historiadores e escritores portugueses, foi uma das figuras mais marcantes na formação de D. Pedro. O jovem rei via em Herculano um papel crucial no seu desenvolvimento intelectual e na forma como encarava o dever real, tornando-se num dos monarcas mais cultos da história de Portugal.
Proximidade com o povo durante epidemias
Apesar do seu curto reinado, D. Pedro V deixou uma marca indelével no país. Durante as epidemias de cólera que assolaram Portugal em 1855, o jovem rei destacou-se pela sua humanidade, visitando pessoalmente hospitais e as comunidades mais atingidas. Este gesto de proximidade e compaixão conquistou a admiração popular, reforçando a sua imagem de líder empenhado no bem-estar coletivo.
A sua preocupação com a saúde pública traduziu-se na criação de hospitais e em importantes reformas sanitárias. Uma das suas iniciativas mais emblemáticas foi a fundação do Hospital de Dona Estefânia, em memória da sua jovem esposa, refere a fonte anteriormente citada.
Um casamento marcado pela tragédia
Em 1858, D. Pedro casou com D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, princesa de educação distinta, conhecida pela sua bondade. O casamento foi celebrado primeiro por procuração, seguindo-se a cerimónia oficial na Igreja de Santa Edviges, em Berlim, a 29 de abril de 1858. Quando D. Estefânia chegou a Lisboa, foi recebida calorosamente pelo povo português.
Infelizmente, a felicidade do casal foi breve. Apenas 14 meses após o casamento, D. Estefânia faleceu de forma súbita devido a uma angina diftérica. Este acontecimento abalou profundamente D. Pedro e enlutou o país. Em sua homenagem, fundou o Hospital de Dona Estefânia, que ainda hoje é uma referência em pediatria em Portugal.
O fim de um reinado promissor
D. Pedro V morreu prematuramente em 1861, vítima de febre tifoide, deixando o país num profundo luto. Sem descendência, foi sucedido pelo seu irmão, D. Luís I. A sua morte pôs fim a um reinado breve, mas marcado por um forte compromisso com o progresso e o bem-estar da população, refere ainda o NCultura.
D. Pedro V é recordado como símbolo de integridade e serviço público, um rei que dedicou a vida ao povo. Apesar do curto reinado, a sua memória continua viva como exemplo de virtude e dedicação, inspirando gerações na história da monarquia portuguesa.