Se existe atualmente uma coisa que deixámos de ouvir nas nossas cidades foi o som dos aviões a “voar” no céu. Praticamente toda a indústria aeronáutica foi obrigada a suspender a sua atividade. Os aviões ficaram no chão, os passageiros em casa e os hotéis enceraram.
Sendo certo que estas decisões são o reflexo da crise humanitária provocada pela Covid-19, a verdade é que num futuro próximo esperamos (todos) poder regressar a uma nova normalidade. Mas exatamente como iremos viver essa realidade, isso parece ainda ser uma questão por esclarecer.
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A ideia de, nos próximos meses, voltarmos a ficar fechados numa cabine de avião com dezenas de outros passageiros, cujo o estado de saúde desconhecemos, parece altamente improvável. Até que se descubra uma vacina ou se atinja imunidade tudo terá que ser diferente. As regras terão que ser diferentes e a forma como viajamos também o será certamente.
Eis alguns exemplos de coisas ou comportamentos de risco que provavelmente não iremos voltar a ver tão cedo nos aeroportos e aviões.
- Um lugar do meio ocupado
Esta será provavelmente uma das respostas iniciais mais utilizadas pelas companhias aéreas para assegurar algum distanciamento de segurança. Algumas companhias americanas – como a Delta e a Alaska Airlines – já proibiram oficialmente a ocupação do lugar do meio nas filas dos aviões. À medida que a pandemia comece a ficar mais controlada e as reservas de aviões voltem a aumentar, é provável que continue a ser impossível ocupar este lugar.
A má noticia? Isto pode infelizmente acabar com os preços baixos de viagem a que até agora estávamos habituados. As viagens low-cost podem tornar-se coisa do passado. Os preços terão que inevitavelmente subir para fazer face à oferta reduzida de lugares.
- Filas nas portas de embarque
Estamos habituados a ver aglomerados de pessoas impacientes que se juntam perto das portas de embarque para puderem entrar nos aviões. Ora isso agora não poderá continuar a acontecer. De forma a respeitar o distanciamento social, as companhias aéreas terão que encontrar novas formas de fazer o embarque, seja através da chamada de grupos mais reduzidos ou até individual. Os passageiros também poderão ser forçados a entrar todos pela parte traseira do avião para evitar enchentes no interior. Todo este processo irá demorar mais tempo, mas irá garantir uma maior segurança.
- Mantas e almofadas
É importante que não se deixe enganar. As mantas e almofadas que são distribuídas gratuitamente em alguns voos não são utilizadas só uma vez. Apesar de virem envoltas dentro de um saco de plástico fechado a verdade é que é provável que já tenham sido usadas anteriormente por outra pessoa. Entre voos, a equipa de tripulação tem ordens para voltar a dobrar e colocar nos sacos estas mantas e almofadas. Habitualmente, tal como reportou o Wall Street Journal, a maioria das companhias só lava as mantas de 30 em 30 dias. Agora tudo terá que ser diferente e não é por acaso que algumas companhias aéreas americanas já anunciaram que vão deixar de distribuir estes artigos.
- Headphones
Tal como as mantas e as almofadas, também os headphones nem sempre são novos. Habitualmente as companhias recolhem os headphones no final dos voos e voltam a redistribuí-los, de forma reduzir o desperdício e os custos. Estes aparelhos deverão ser desinfetados antes da sua reutilização, no entanto devido a constrangimentos de tempo, nem sempre a tripulação o consegue fazer entre voos. O mais provável é que nos próximos tempos deixe de ver estes headphones a serem distribuídos pela tripulação.
- Recolha de lixo e reciclagem
De forma a proteger a tripulação e os assistentes de bordo, as companhias terão que reduzir ao máximo o contacto direto que estes têm com os passageiros. Isso significa que a tripulação não deverá tocar nos produtos dos passageiros depois de estes serem usados ou consumidos. Ao invés da tradicional recolha de lixo, será pedido aos passageiros que sejam eles próprios a colocar diretamente esses artigos num caixote de lixo. Como consequência é provável que já não seja possível fazer nenhum tipo de reciclagem do desperdício criado no voo. Apenas um caixote geral deverá ser utilizado para reduzir risco de contágio.
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