O músico Tó Trips decidiu “arrumar a casa” no final dos Dead Combo e o resultado é um álbum, “Popular Jaguar”, e um livro, “Ínfimas Coisas”, que marcam o final de um ciclo, mas também um recomeço na carreira do guitarrista, avança a Lusa.
Em entrevista à Lusa, Tó Trips falou de “Popular Jaguar” como “um disco pós-Dead Combo”. “A minha vida era os Dead Combo e de repente tudo isso acabou. Acabou a banda, depois meteu-se a pandemia e foi uma maneira de arrumar a casa e de um recomeço, ao fim ao cabo é isso”, disse.
Tó Trips foi ao longo de vários anos metade dos Dead Combo, banda que fundou em 2003 com o contrabaixista Pedro Gonçalves. Juntos, criavam composições instrumentais marcadas pelo rock, pelos blues, pela tradição da música portuguesa e com influências que se estendem a África e à América Latina.
Em outubro de 2019, os dois anunciaram o fim do grupo, mas não sem antes fazerem “um passeio pela [sua] história”, numa digressão pelo país que se estenderia por 2020, mas que a pandemia da covid-19 adiou para 2021 e que não foi terminada devido a problemas de saúde de Pedro Gonçalves, que acabaria por morrer em dezembro desse ano, aos 51 anos.
Por ser a “maneira de fechar um ciclo e começar um outro”, “Popular Jaguar” reúne “muitos temas de coisas que foram feitas para Dança e para Cinema” com outros “feitos para o disco”, acabando por isso por ser “um apanhado” daquilo que Tó Trips tem feito “ao nível de trabalhos de guitarra”.
Com a guitarra, Tó Trips tenta “contar uma história”. E cada história “vai sendo construída ao longo do tempo”. “O ‘Península dos Índios’ [um dos temas de ‘Popular Jaguar’] demorei dois ou três anos a fazer”, partilhou.
Nas 13 músicas que compõem o álbum, as sonoridades vão “desde a cena mais portuguesa ao lado mais ‘world music’, da ‘Guitarra Makaka’ [disco que editou a solo em 2015] ao ‘Guitarra 66’ [editado a solo em 2009] e a Dead Combo”.