Cockrell explica que muitos dos seus pacientes vivem na ilusão de que alcançar uma determinada quantia lhes trará segurança. Porém, atingem esse valor e logo percebem que precisam de mais—US$ 50 milhões tornam-se insuficientes, depois vem a necessidade de US$ 100 milhões ou mais. A felicidade, conclui o terapeuta, simplesmente não reside na conta bancária.
O psicólogo salienta que a terapia vai além do dinheiro e ajuda os pacientes a descobrir propósitos novos—como a filantropia, relações significativas ou projetos criativos e construtivos. Estimular uma ambição alinhada com um propósito claro é fundamental.
Um foco particular do seu trabalho é o impacto da abundância nas relações pessoais. Os ultra-ricos relatam dificuldades de construir relações genuínas, fruto de isolamento, desconfiança e medo de serem procurados apenas pelo seu estatuto ou riqueza.
Além disso, há consequências emocionais e psicológicas geradas pela riqueza extrema, como a solidão, o vazio existencial e a pressão familiar, sobretudo em herdeiros que vivem com a obrigação de superar os progenitores. Alguns demonstram sintomas de tédio, comportamentos de risco ou falta de ambição autêntica.
Especialistas externos confirmam essa realidade. Conforme relatado pelo Business Insider, terapeutas que atendem clientes com património superior a 30 milhões de dólares identificam quatro desafios recorrentes: sensação de serem objetificados, isolamento, tendência ao abuso de substâncias e sentimento de vilificação social.
Para muitos, a verdadeira felicidade não está em acumular riqueza, mas sim em laços humanos, propósito e contributo para a comunidade. Esses são os valores que, na visão de Cockrell, fazem qualquer vida—rica ou não—valer a pena.