Realiza-se este ano a primeira edição do Festival Solos Ibéricos, uma iniciativa cultural que junta teatro, dança e até circo num único palco: o do Teatro Ibérico. Este é um projeto pensado para todos os amantes de cultura, de todas as idades, como revelou à Forever Young. Rita Costa, diretora do Teatro Ibérico.
Por Sandra M. Pinto
O desafio do Festival Solos Ibéricos é levar o público numa viagem por vários temas da atualidade que vão desde a gravidez à relação entre uma avó e um neto. «A primeira edição pretende ser ainda um momento de interrogação sobre os vários problemas da sociedade, pensados sempre com uma vertente artística», refere Rita Costa.
Como surgiu a ideia de fazer este festival?
O Festival Solos Ibéricos já é um sonho antigo. Começámos a pensá-lo em 2019, quando avançámos com a candidatura a apoios. Entretanto, vimo-nos obrigados a desenvolvê-lo durante um período menos feliz e incerto para o país e para a cultura, devido à situação pandémica. Embora saibamos que os espaços culturais foram dos primeiros a assegurar todas as condições impostas pela pandemia, sentimos que o medo estava instalado e chegámos mesmo a ponderar cancelar toda a programação prevista. No entanto decidimos mantê-la, na esperança de que esta situação melhorasse. O espírito de equipa e o positivismo que nos chegavam dos artistas estrangeiros foram fundamentais para superar este período e continuar a promover a troca artística, sempre alinhada com a personalidade do sítio onde irá acontecer – o Teatro Ibérico.
Olhando para o futuro, desejamos prosperidade e continuidade à cultura em geral, e aos teatros em particular, porque creio que somos das áreas mais escondidas, e até esquecidas. Desejamos também mais união, porque acreditamos que se todos remarmos na mesma direção, conseguiremos sair deste cantinho despercebido.
Onde e quando se vai realizar?
O Festival vai realizar-se no Teatro Ibérico, na Igreja do Convento de Xabregas, durante os meses de outubro e novembro. Serão cinco peças a subir a palco durante cinco fins de semana consecutivos, a começar dia 30 de outubro e a terminar dia 28 de novembro.
Por que escolheram o teatro ibérico?
O Teatro Ibérico somos nós, é a nossa identidade e, de certa forma, a nossa segunda casa. Este festival foi pensado e projetado exclusivamente para o Teatro Ibérico. Quisemos criar um espaço de encontro para troca e partilha entre artistas e públicos e o Teatro Ibérico é, sem dúvida, o local ideal para o fazer.
A que idades se destina o evento?
O Festival Solos Ibéricos é constituído por peças para todas as pessoas, famílias e idades a partir dos seis anos. Todas as crianças podem entrar nas peças acompanhadas pelos pais ou outros familiares responsáveis.
Os artistas são todos oriundos de Portugal?
Na sua maioria, os artistas são oriundos de várias zonas Portugal, nomeadamente de Lisboa, Elvas e Angra do Heroísmo, nos Açores. Ainda assim, e por se tratar de um festival ibérico, contamos também com uma companhia espanhola – Compañia PSiRC.
Como foi feita a sua escolha?
Inicialmente, pensámos o Festival com quatro peças, sendo que três delas seriam espanholas. Contudo, passámos por um período pandémico que nos mostrou que talvez fizesse mais sentido mostrar o que de bom se faz por cá e os artistas emergentes que temos. Assim, acabámos por procurar artistas e companhias que, de alguma forma, se identificassem com a contemporaneidade que procurávamos e que se alinhassem com os valores, tanto do Festival como do Teatro Ibérico.
Não estão dedicados apenas a uma arte. Em que áreas se vai desenvolver o evento?
De facto, neste evento, vamos dar palco a várias artes. Embora o teatro seja o elemento central, também a dança, música, Novo circo (clown), slapstick e mímica estarão presentes nas várias peças.
Fale-nos um pouco sobre os artistas que vão integrar o cartaz de cada uma delas?
São inúmeros os artistas que compõem o nosso cartaz e dão corpo às diversas artes. No primeiro espetáculo, “Toca”, teremos a atriz Cátia Terrinca a representar uma peça que teatro, segue-se Lua Carreira com uma peça que mistura dança e música, depois segue-se a peça da Rita Rodrigues alusiva ao teatro máscara, a COMPAÑIA PSiRC que entra em palco com o Novo circo, e, por fim, a peça da Associação Cães Do Mar que junta a mímica, a música, dança, clown e slapstick comedy.
Que temas vão ser abordados?
A programação apresentará espetáculos que tratam vários temas contemporâneos, desde a solidão, gravidez até o fim do mundo.
Como funciona o sistema de bilhetes? Uma para cada espetáculo ou passe geral?
Temos duas modalidades possíveis em relação aos bilhetes presenciais – bilhetes únicos para cada uma das peças, com o valor de dez euros, e um passe geral para todas as peças, com o valor de 35 euros. No que diz respeito ao live streaming, existem duas versões com valores um pouco mais baixos – bilhete para cada peça será 7,5 euros e o passe geral para assistir a todas as peças será 30 euros.
Como se podem adquirir e qual o preço?
Os bilhetes e passe para o Festival Solos Ibéricos, em formato presencial, podem ser adquiridos através da tiketline e do email da nossa bilheteira. Já o passe e bilhetes para o formato live streaming serão vendidos na Ticketline Live Stage, a mesma plataforma onde o espetador assistirá às peças.
Vão ter uma emissão de streaming. O que vos levou a esta opção?
Nos tempos que correm não podemos, de modo nenhum, descartar opções que permitam às pessoas ver os espetáculos de todas as partes do mundo.
Apesar de o nosso objetivo ser sempre levar as pessoas, fisicamente, ao teatro, esta alternativa far-nos-á chegar ainda mais longe.
Além disto, achamos que seria importante dar ao espetador a opção de live streaming porque os artistas e companhias que vão atuar no Festival já têm os seus públicos e nem todos são da zona de Lisboa, então sentimos que seria importante disponibilizar esta opção para que pudessem acompanhar os artistas e as companhias que já seguem há muito.
Como se pode aceder a ela?
O bilhete para a emissão streaming estará à venda na plataforma onde o espetador poderá assistir às peças. Todos os espetáculos terão transmissão live streaming ao domingo, às 17h, exceto a 1ª peça, “Toca”, que por ser uma peça mais intimista, acontecerá apenas no formato presencial.
Será esta a primeira de muitas edições?
Esta primeira edição será uma experiência porque trazemos um conceito algo inovador que além de apoiar artistas emergentes junta várias artes no mesmo palco. Assim, será importante perceber qual é a receção do público a este formato, contudo, acreditamos que esta será a primeira de muitas edições do festival, que irá continuar a juntar artistas e companhias ibéricas no nosso Teatro Ibérico.