Era assim que se vivia em Portugal, revela «A Vida Quotidiana No Estado Novo» da historiadora Ana Sofia Ferreira

«A Vida Quotidiana No Estado Novo», da investigadora e historiadora Ana Sofia Ferreira. Um mergulho na vida das pessoas comuns. A autora é professora auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e investigadora integrada do Instituto de Sociologia da mesma universidade.

Entre 1933 e 1974, Portugal viveu sob um regime autoritário que influenciou profundamente a vida quotidiana da população. Na memória coletiva, perduram as lembranças da censura, da repressão política e do controlo ideológico. Mas como chegámos lá? E como era, de facto, o dia a dia de quem, na cidade ou no campo, viveu o Estado Novo?
A mulher era ensinada a ser casta. O homem, como chefe de família, devia ser respeitado e obedecido. A relação com os filhos era complexa, e predominava, muitas vezes, a violência. A escolaridade fazia-se apenas para aprender a juntar as letras e a assinar o nome. O autor mais censurado foi José Vilhena, com um total de 29 títulos. O consumo de vinho era incentivado pelo próprio regime, ficando famosos slogans como «Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses».
 
Era assim a vida em Portugal. Com recurso a uma extensa pesquisa e a testemunhos de quem viveu de facto a ditadura, a historiadora e investigadora Ana Sofia Ferreira apresenta-nos neste livro uma visão abrangente de como foi a vida durante o Estado Novo. No meio da fome, pobreza e repressão, uma mensagem de esperança: felizmente, houve quem continuasse a encontrar formas de luta contra as adversidades, forjasse formas de resistência e ousasse sonhar e lutar por um Portugal diferente