A ideia dos pesquisadores é ter um ‘cofre’ para preservar micro-organismos do mundo inteiro que estão em ritmo acelerado de extinção. Estudá-los será essencial para descobrir novos tratamentos contra doenças comuns, acreditam os especialistas, avança a BBC.
«Diferentes espécies de bactérias estão sob risco de extinção — e a melhor maneira de preservá-las é depositar amostras de fezes e outros materiais biológicos de todas as partes do mundo num grande cofre localizado na Suíça», é referido.
Essa é a proposta de um grupo de cientistas, que já começou a trabalhar nessa coleção de micro-organismos. Os pesquisadores defendem que «esse esforço é essencial para entender melhor o papel que muitos desses seres vivos desempenham na nossa saúde».
No futuro, a iniciativa, que reúne universidades de várias partes do mundo, também pode resultar em novos tratamentos contra várias doenças crónicas não transmissíveis, como obesidade e asma.
Conhecido como Microbiota Vault, o projeto, que está na fase piloto, foi inspirado numa outra outra iniciativa similar: um banco de mais de 1,1 milhão de tipos de sementes de todo o planeta que está depositado em Svalbard, um arquipélago que pertence à Noruega.
O objetivo do banco de sementes é guardar esses materiais num lugar seguro — e, assim, ter uma reserva que garanta o suprimento de comida no futuro, caso essas espécies desapareçam da natureza por algum motivo, o que colocaria em risco a segurança alimentar de um ou mais povos. O mesmo princípio se aplica ao cofre de bactérias.
A proposta é preservar num local seguro amostras de várias espécies de micro-organismos.
A princípio, a iniciativa tem dois focos principais: a coleta de fezes humanas de várias partes do mundo e guardar alimentos fermentados por diferentes tipos de bactérias, como queijos e iogurtes.