No mundo do luxo e do colecionismo, os tempos mudam — e os objetos de desejo também. Se os supercarros já foram o expoente máximo de exclusividade, hoje há um novo protagonista a roubar as atenções (e os milhões): as matrículas antigas. Exemplo disso é o que aconteceu recentemente na Austrália, onde uma simples matrícula com três caracteres — “NSW1” — foi vendida por impressionantes 7 milhões de euros.
O leilão teve lugar em Nova Gales do Sul (New South Wales) e estabeleceu um novo recorde com a venda desta matrícula histórica por 12,4 milhões de dólares australianos. Mas o valor não se justifica apenas pela raridade: esta é uma verdadeira relíquia sobre rodas.
Emitida em 1910, a “NSW1” foi inicialmente atribuída ao Comissário de Polícia do estado. Mais tarde, passou para as mãos de Sir Frederick Stewart, uma figura marcante na história da aviação comercial australiana e fundador da Australian National Airways. Desde a década de 1930, a matrícula permaneceu na família Stewart, tornando-se não apenas um símbolo de estatuto, mas também um pedaço de património nacional.
Este fenómeno das matrículas milionárias não se limita à Austrália. A febre já chegou a outros cantos do mundo:
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A matrícula “Q1”, do estado de Queensland, foi vendida por 3,4 milhões de euros.
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A placa “8”, da Austrália Meridional, ultrapassou os 1,3 milhões de euros.
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Já a “14”, do estado de Victoria, atingiu os 1,28 milhões de euros.
Fora da Austrália, os valores tornam-se ainda mais surpreendentes. Em Dubai, a placa “7” foi adquirida por quase 20 milhões de euros, e no Reino Unido, a famosa “F1” continua a ser uma das mais desejadas, com um valor estimado a rondar os 18 milhões de euros.
Enquanto um Bugatti Veyron — símbolo supremo da engenharia automóvel — pode custar entre 2 a 3 milhões de euros, certas matrículas antigas conseguem hoje superar largamente esse valor, afirmando-se como bens de prestígio, raridade e legado.
Para muitos colecionadores e investidores, estas placas representam uma fusão perfeita entre história, identidade e exclusividade, tornando-se num novo ativo de luxo que, para além do fascínio visual, carrega consigo décadas (ou mesmo séculos) de significado.