Exposição sobre o vidro e o plástico apelam à reflexão e preservação deste património

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Inaugura hoje “HERIT-AGES. Transições Vítreas” no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. A exposição é o resultado do projeto HERIT-AGES, da Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT, que analisou a história e a tecnologia das indústrias do vidro e do plástico em Portugal e urge à preservação deste património.

A exposição termina no dia 9 de outubro.

O vidro e o plástico são materiais omnipresentes no quotidiano. E os dois materiais partilham características que os tornam adequados para desempenhar as mesmas funções e possuem tanto aspetos que os unem como outros que os separam. Em Portugal, estes dois materiais estão intimamente ligados: a indústria do plástico evoluiu diretamente a partir da indústria do vidro, dos seus trabalhadores e das suas competências.

A exposição “HERIT-AGES” desvenda o contributo das indústrias do vidro e do plástico para Portugal, ao mesmo tempo que reflete o futuro destes materiais nos museus, dado que ambos não têm sido uma prioridade na preservação do património.

A origem da exposição está no Projeto Exploratório HERIT-AGES que tem investigado a temática no último ano e meio. Em suma, o projeto do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia | CIUHCT, polo da NOVA FCT, pretende aferir como é que a hipervisibilidade do plástico (pelo impacto negativo no meio ambiente) e a invisibilidade do vidro (pela transparência e presença discreta) poderão ter influência naquilo que os museus e a sociedade decidem preservar para o futuro.

A exposição deste projeto de investigação está organizada em vários núcleos que narram aspectos da história destes materiais. Pode-se observar a evolução das indústrias do vidro e do plástico, desde os números de produção, à quantidade de trabalhadores e estabelecimentos produtores de ambos os materiais; mas também apreciar um cenário do quotidiano que ilustra a presença destes materiais no dia-a-dia, revelando como o plástico imita e substitui algumas peças em vidro.

No centro da exposição está o debate das ‘Idades’ da história: se por um lado se discute que, pelo impacto negativo, vivemos na Idade do Plástico, outros defendem que, pelo avanço tecnológico que tem permitido, vivemos na Idade do Vidro. As Idades da história foram definidas através do olhar para coleções de museus. Como irão as próximas gerações classificar esta era? Um dos núcleos expõe algumas peças do Museu Nacional de História Natural e da Ciência que demonstram a relevância de preservar o vidro e plástico do património português.

“Temos hoje uma atenção e consciência sobre os materiais que nos rodeiam e que nos fazem pensar sobre a sustentabilidade do planeta. Para nós, que trabalhamos na preservação do património, tornou-se claro que aquilo que hoje decidimos recolher como representativo da nossa cultura material vai condicionar a forma como a nossa era vai ser vista no futuro”, refletem Joana Lia Ferreira e Inês Coutinho, professoras da NOVA FCT. “Nesta exposição teremos um núcleo interativo onde convidamos os visitantes a responder à pergunta ‘Em que Idade estaremos nós?’”

 

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