O filme “Nação Valente”, de Carlos Conceição, que tem a guerra colonial em tema de fundo, estreia-se nos cinemas portugueses a 20 de abril, revelou hoje a produtora Terratreme Filmes.
O filme, que “invoca os fantasmas do passado colonial angolano”, teve estreia mundial em 2022 no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde recebeu dois prémios.
A história de “Nação Valente” passa-se em dois momentos temporais, já no final da guerra colonial, cruzando duas realidades: a de grupos independentistas, que reclamam os seus territórios, e a de militares portugueses, ancorados ainda aos ideais nacionalistas de defesa da Pátria.
“O gatilho para que o filme acontecesse foi eu ter começado a perceber que no mundo todo havia uma espécie de ressurgimento dos ideais nacionalistas, da extrema-direita, de um certo conservadorismo em termos de tudo o que diz respeito à Cultura, à História, à nossa identidade e isso ser uma questão mais ou menos cíclica, que traz, a cada nova volta, um retrocesso”, explicou Carlos Conceição à agência Lusa, quando o filme passou em Locarno.
“Nação Valente” remete para o hino nacional e para “uma ideia de orgulho que é despida e exposta” no filme, a propósito da narrativa central, sobre um coronel, um grupo de jovens militares e um misterioso muro no meio do mato.
Carlos Conceição nasceu em Angola, em 1979, filho de três gerações de angolanos, há mais de 100 anos ligados ao país. O realizador, que tem nacionalidade angolana e portuguesa, já tinha abordado no cinema a relação com Angola e África, nomeadamente em “Serpentário” (2019), a primeira longa-metragem.
“Nação Valente”, uma coprodução entre Portugal, Angola e França, conta com as interpretações de João Arrais, Anabela Moreira, Gustavo Sumpta, Leonor Silveira, entre outros.
Em abril, além do filme de Carlos Conceição também está prevista a estreia dos filmes “Nayola”, primeira longa-metragem de animação de José Miguel Ribeiro, e “Soldado Nobre”, documentário de Jorge Vaz Gomes, ambos no dia 13.
No dia 20 estreia-se também “Sombras Brancas”, de Fernando Vendrell, sobre José Cardoso Pires e o romance “De Profundis Valsa Lenta”.