O projeto foi desenvolvido em parceria com a ‘start-up’ Access Lab para pessoas com deficiência e surdas, em colaboração com o Coro Mãos que Cantam, avança a Lusa.
A apresentação do arquivo visual que está a ser constituído conta com a exibição de três fados em vídeo: “A Porta do Coração”, de Carlos Conde e Raul Pinto, gravado em 2010 por Ricardo Ribeiro, “Conto de Fadas”, de Aldina Duarte, sobre o “Fado Santa Luzia”, de Armando Machado, e “Com que Voz”, de Alain Oulman, sobre poema de Luís de Camões, uma criação de Amália Rodrigues (1920-1999).
A escolha destes três fados para ilustrar o projeto foi do Museu do Fado, disse à Lusa o responsável da Access Lab Tiago Fortuna, que realçou a “importância da tradução para língua gestual portuguesa do fado, que é um elemento central da cultura” portuguesa.
Tiago Fortuna acrescentou que “não há muitos fados traduzidos para língua gestual portuguesa”, por isso, o objetivo é ir reunindo diferentes fados num arquivo visual.
A primeira experiência “com muito sucesso” foi realizada em 2022, no Festival Santa Casa Alfama, recordou o responsável da Access Lab.
A experiência de utilização da língua gestual portuguesa para fado foi repetida no festival deste ano, no passado mês de setembro.
A língua gestual portuguesa é a terceira língua oficial de Portugal, não havendo porém dados oficiais suficientes sobre o número de pessoas surdas no país, de acordo com Tiago Fortuna.
O projeto “Mãos que Cantam”, iniciado em 2010, constituiu-se num coro de surdos com alunos da Licenciatura e Mestrado em Língua Gestual Portuguesa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica, que começou por atuar em conjunto com o Coro desta Universidade.
Este projeto pretende demonstrar que, no âmbito da responsabilidade social, as pessoas surdas podem fazer parte de um coro e, até, atuar em diversos ambientes musicais.
Foto: Foto: site Museu do Fado