Partilhar

Gronelândia perdeu área de gelo equivalente à da Albânia e está mais verde

A Gronelândia perdeu nos últimos 30 anos gelo e glaciares numa área equivalente ao tamanho da Albânia e onde atualmente existem rochas, pântanos e arbustos, indica um estudo de investigadores da Universidade britânica de Leeds.

14 Fevereiro 2024
Forever Young

As conclusões da investigação são divulgadas hoje na revista Scientific Reports, num artigo intitulado “Mudanças na cobertura do solo na Gronelândia em três décadas marcadas por uma duplicação da vegetação”.

De acordo com uma análise de dados obtidos por satélite, calcula-se que derreteram nas últimas três décadas 28.707 quilómetros quadrados da camada de gelo e glaciares da Gronelândia, área equivalente ao tamanho da Albânia e que “representa cerca de 1,6% da cobertura total de gelo e glaciares” da ilha.

“Onde antes havia gelo e neve, há agora rochas áridas, pântanos e áreas de arbustos”, refere um comunicado divulgado pela Universidade de Leeds.

Uma equipa de cientistas da universidade, que acompanhou as mudanças na Gronelândia desde a década de 1980 até à década de 2010, afirma que as temperaturas mais quentes do ar estão a causar o degelo, o que, por sua vez, está a ter um impacto na temperatura da superfície terrestre, nas emissões de gases com efeito de estufa e na paisagem.

O ‘permafrost’ – uma camada de solo permanentemente congelada – está a deteriorar-se devido ao aquecimento e os cientistas alertam que, em algumas áreas, tal poderá ter impacto nas infraestruturas e nas comunidades que existem na zona.

A Gronelândia, situada na região do Ártico, é a maior ilha do mundo com cerca de 2,1 milhões de quilómetros quadrados, a maior parte dos quais cobertos por gelo e glaciares, e uma população de quase 57.000 pessoas.

“Desde a década de 1970, a região tem aquecido o dobro da taxa média mundial. Entre 2007 e 2012, as temperaturas médias anuais do ar foram três graus Celsius mais altas, em comparação com a média de 1979 a 2000”, segundo o comunicado, que adianta que os investigadores alertam para a possibilidade de temperaturas mais extremas no futuro.

A perda de gelo concentrou-se nas extremidades dos glaciares atuais, mas também no norte e sudoeste da Gronelândia, tendo-se registado ainda altos níveis de perda de gelo em áreas localizadas no oeste, centro noroeste e sudeste.

Ao longo das três décadas, a área com vegetação aumentou 87.475 km2, mais do que duplicando durante o período estudado.

“Temos visto sinais de que a perda de gelo está a desencadear outras reações que resultarão numa maior perda de gelo e numa Gronelândia mais ‘verdejante’, o derretimento do gelo expõe rocha que é então ocupada pela tundra e depois por arbustos”, diz Jonathan Carrivick, da Faculdade de Meio Ambiente de Leeds e um dos autores do estudo, citado no comunicado.

“Ao mesmo tempo, a água libertada pelo derretimento do gelo está a mover sedimentos e lodo e isso forma zonas húmidas e pântanos.”

Sendo a neve e o gelo bons refletores da energia do Sol que atinge a superfície da Terra, o que ajuda a manter o planeta mais frio, a sua substituição pela rocha, que absorve mais energia solar, vai aumentar a temperatura da superfície terrestre.

Da mesma forma, à medida que o gelo derrete, aumenta a quantidade de água nos lagos e o facto de esta absorver mais energia solar do que a neve também causa um aumento da temperatura.

A análise mostra uma quase quadruplicação das zonas húmidas – fonte de emissões de metano, gás que causa efeito de estufa – em toda a Gronelândia, particularmente no leste e no nordeste.

No artigo, os investigadores observam que “a expansão da vegetação e especialmente das zonas húmidas indica, mas também agrava, o degelo do ‘permafrost’ (…), que aumenta as emissões de gases com efeito de estufa anteriormente armazenados nestes solos do Ártico”.

“A expansão da vegetação, que ocorre em conjunto com o recuo dos glaciares e da camada de gelo, está a alterar significativamente o fluxo de sedimentos e nutrientes nas águas costeiras”, adianta Michael Grimes, principal autor do relatório.

O cientista considera que tais mudanças são graves, sobretudo para as populações indígenas, cujas práticas tradicionais de caça de subsistência dependem da estabilidade daqueles delicados ecossistemas.

“Além disso, a perda de massa de gelo na Gronelândia contribui muito para o aumento global do nível do mar, uma tendência que coloca desafios significativos tanto agora como no futuro”.

Os investigadores também desenvolveram um modelo para prever as áreas da Gronelândia que provavelmente irão sofrer no futuro mudanças “rápidas e acentuadas”.

Lusa

Mais Recentes

IRS: «se receber menos não estranhe», afirma Ministério das Finanças

há 15 horas

Qual é a melhor posição para dormir? Especialistas esclarecem

há 15 horas

Óbito: Morreu o produtor de cinema de animação Diogo Carvalho

há 15 horas

Mentira patológica: «A mentira excessiva é um sintoma comum de diversas doenças mentais», Inês Oliveira Ferreira, psicóloga

há 16 horas

«Viajar com amigos faz bem à saúde mental», garante a ciência

há 16 horas

“Teste do sal e pimenta”: conheça a nova polémica nas entrevistas de emprego

há 16 horas

Quer manter um cabelo saudável? Siga estas dicas

há 17 horas

Descubra as cores certas para decorar cada espaço da sua casa

há 17 horas

Benefícios que pode retirar do consumo de camarão

há 18 horas

Lisbon Marriott distinguido pela AHP pelo seu compromisso com a sustentabilidade

há 18 horas

Plano para a Resposta Sazonal em Saúde para verão ativado em maio

há 18 horas

Uma hora de ecrã depois de deitar aumenta o risco de insónia em 59%, revela estudo

há 18 horas

Já pode entregar IRS: prazo prolonga-se até junho

há 19 horas

Monte da Amendonça: Retiros que transformam

há 20 horas

Hotel celebra Páscoa com menu especial, oficina de artes e caça aos ovos

há 20 horas

Seis erros comuns na escolha de probióticos (e como evitá-los)

há 21 horas

Hoje, o universo tem uma mensagem importante para estes 4 signos

há 22 horas

easyJet celebra aniversáriocom descontos especiais

há 22 horas

Mais de 4 mil euros: é o que esta agência espacial vai pagar a quem aceitar ficar 10 dias na cama

há 22 horas

Pombos-correio para o marketing? A E-goi lança o Pidgital

há 23 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.