A atriz Michelle Trachtenberg, conhecida pelo seu papel de Georgina Sparks em “Gossip Girl” e de Dawn Summers em “Buffy, a Caçadora de Vampiros”, morreu a 26 de fevereiro de 2025.
A causa da morte era indeterminada, pois a família recusou-se à realização de uma autópsia por motivos religiosos.
De acordo com a BBC, exames laboratoriais e toxicológicos permitiram esclarecer que a morte foi natural e resultante de complicações da doença, uma patologia metabólica crónica que se caracteriza por níveis elevados de açúcar no sangue (hiperglicemia) e que ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue usar a insulina de forma adequada.
Mas o que é a hiperglicemia?
Esta condição acontece quando os níveis de açúcar circulante no sangue são maiores do que 125 mg/dL em jejum de pelo menos 8 horas, ou maiores do que 180 mg/dL 2 horas após uma alimentação, o que pode acontecer devido a quantidade insuficiente de insulina circulante no organismo, como no caso da diabetes, ou ser consequência do sedentarismo, obesidade e alimentação inadequada, por exemplo.
As suas manifestações mais comuns são micções frequentes, sede, fome constante, dores de cabeça, dificuldade de concentração, visão enevoada, fadiga, prurido e perda de peso.
Se a hiperglicemia não for corrigida, tendem a ocorrer infeções cutâneas e vaginais, dificuldade na cicatrização de feridas, perda de sensibilidade nas extremidades por lesão dos nervos, disfunção erétil, alterações digestivas e renais.
Nos casos mais graves, pode dar-se um coma diabético (cetoacidose). Neste quadro, uma vez que o organismo não possui insulina suficiente para converter a glucose em energia, vai recorrer à gordura como fonte alternativa. Durante esse processo formam-se cetonas em excesso que condicionam um quadro clínico de náuseas, vómitos, dificuldade respiratória, hálito adocicado e boca seca. Esta situação pode ser fatal e requer tratamento urgente.
O diagnóstico da hiperglicemia é feito pelo clínico geral ou endocrinologista através da avaliação dos sintomas e exames de sangue, como exame de glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose (TOTG) e exame da hemoglobina glicada, para analisar a quantidade de açúcar no sangue.
A hiperglicemia é causada por uma produção insuficiente de insulina pelo pâncreas, que é a hormona relacionada com o controle da glicemia, diminuição da utilização de açúcares circulantes pelas células e aumento da produção de glicose.
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de hiperglicemia e incluem:
Diabetes do tipo 1, em que há deficiência completa na produção de insulina pelo pâncreas;
Diabetes do tipo 2, em que a insulina produzida não consegue ser utilizada corretamente pelo organismo;
Diabetes gestacional, em que ocorre uma resistência à insulina;
Destruição das células do pâncreas, causada por doenças, como pancreatite, hemocromatose, fibrose cística ou cancro no pâncreas;
Distúrbios endócrinos, como síndrome de Cushing, feocromocitoma ou acromegalia;
Distúrbios ginecológicos, como síndrome dos ovários policísticos;
Colesterol alto e/ou pressão alta;
Stresse, em que há um aumento da produção de cortisol, resultando em um aumento da resistência à insulina;
Obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada;
Uso de remédios, como corticóides, fenitoína ou estrogénios.
A sua prevenção passa pela manutenção de hábitos de vida saudáveis, com uma dieta equilibrada e com a prática regular de exercício físico.
No doente diabético, o controlo da glicemia é fundamental para prevenir episódios de hiperglicemia e de hipoglicemia. Esse controlo implica avaliação médica regular, cumprimento da medicação prescrita e pela medição da glicémia. O doente deve ainda trazer sempre consigo uma identificação da sua condição clínica para que, no caso de alguma intercorrência, poder ser assistido convenientemente.