O Hospital de Cascais, enquanto Unidade Hospitalar e Prestadora de Cuidados de Saúde, associou-se ao movimento “Outubro Rosa”, que nasceu nos Estados Unidos da América, na década de 90, com o intuito de inspirar a mudança e mobilizar a sociedade para a luta contra o cancro da mama, uma das formas mais comuns de cancro diagnosticadas em mulheres em todo o mundo.
O cancro da mama não afeta apenas os pacientes, como também as suas famílias, amigos e a comunidade no geral. A consciencialização, o apoio e a pesquisa são fundamentais e a partilha de experiências assume um papel crescente para inspirar mudanças comportamentais que muito podem contribuir para uma deteção precoce que contribua para minorar os efeitos devastadores de uma doença que afeta milhares de pacientes mundialmente.
Nesse sentido, o Hospital de Cascais desenvolveu duas sessões de “Conversas Cor-de-Rosa”, que tiveram como objetivo assinalar esta data tão significativa. A primeira foi dedicada, em exclusivo, aos clínicos, onde foram abordados diversos temas relacionados com o cancro da mama e onde contámos com a presença da nutricionista Ana Rita Lopes a apresentar o livro “É Cancro. E agora?”. A segunda, dirigida a doentes oncológicos, cuidadores e população em geral, onde foram abordadas temáticas como a importância da prevenção precoce e do apoio aos doentes, com o testemunho de algumas ex-doentes oncológicas, tendo sido ainda abordada a desmistificação da prática de exercício físico na doença oncológica no geral e no Cancro da Mama em particular.
A Liga Portuguesa contra o Cancro aproveitou esta sessão para relembrar a importância da prevenção primária e secundária no combate ao cancro. No caso concreto do Cancro de Mama, o rastreio continua a ser a principal ferramenta de controlo para atuar eficazmente sobre a doença na sua fase mais precoce. Marta Pojo, Diretora de Pesquisa e Formação da Liga Portuguesa Contra o Cancro, relembrou ainda todos os apoios que a Liga dedica aos pacientes e familiares de doentes oncológicos através da sua nova Delegação que abriu recentemente em Cascais.
No que concerne à desmitistiifcação da prática de exercício físico por parte de doentes oncológicos com Cancro de Mama, a enfermeira e personal trainer Vanessa Agostinho lembrou à plateia presente que, no passado, os doentes oncológicos eram aconselhados erradamente a não praticar desporto por receio de agravar a doença. Contudo, atualmente, estudos recentes permitem concluir que a prática de exercício físico em doentes com Cancro de Mama tem contribuído para reduzir os efeitos secundários dos tratamentos, para prevenir e controlar o linfaedema, para além de ter um efeito cardioprotetor, prevenindo o aumento de percentagem de massa gorda e a redução do risco de recidiva. Pelo que, a prática de exercício físico prescrita pela equipa multidiscilpliar que acompanha o doente oncológico, que irá determinar quais as orientações específicas sobre o tipo, intensidade e duração do exercício apropriado ao estado de saúde de cada paciente, aporta benefícos claros que muito podem contribuir para a superação da doença.
Por último seguiu-se a partilha de vários projetos e histórias na primeira pessoa sobre como enfrentar o Cancro de Mama. Soluções inovadoras como próteses mamárias provisórias e definitivas, toucas e cintos de segurança, que permitem lidar com os efeitos devastadores desta doença e os consequentes impactos no paciente e na família.