Em Março, o número de reclamações no Portal da Queixa referentes à falta de segurança sanitária nas lojas em Portugal situava-se nos 63. A partir daí, foi sempre a subir até Julho, quando se verifica uma nova descida até aos 59 casos em Setembro. No corrente mês de Outubro, até dia 20, contabilizaram-se 24 queixas neste sentido.
O pico teve lugar em Maio, quando o Portal da Queixa recebeu 183 reclamações associadas a problemas de higiene. No total, são 760 as queixas realizadas entre Março e Outubro, ou seja, no período de pandemia.
Aglomeração de pessoas em lojas, afunilamento nas caixas, ausência da distância de segurança ou funcionários desprotegidos são algumas das reclamações dos consumidores portugueses – dirigidas ao sector do retalho, centros comerciais, lojas, hiper e supermercados.
«A pandemia de COVID-19 veio colocar em causa a confiança dos consumidores relativamente ao consumo. Por isso, todas as medidas de proteção implementadas pelas marcas devem ser, não só um mecanismo de prevenção pedagógico, como também um reforço da confiança juntos dos seus clientes», comenta Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust.
De acordo com o responsável, verifica-se que, em muitos casos, esse objetivo falhou, provocando mesmo o efeito oposto ao afastar clientes dos espaços comerciais públicos.
Os dados do Portal da Queixa mostram que que os meses com mais reclamações (Abril, Maio e Junho) coincidem com os períodos de aumento no número de infetados. Isto sugere que, nos momentos mais críticos da crise sanitária, os consumidores não sentiram o cuidado que seria necessário por parte dos comerciantes.
(artigo originalmente publicado no site Marketeer)