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Meningite bacteriana: novo estudo revela como se processa a infeção

É importante saber

2 Março 2023
Sandra M. Pinto

Um estudo feito com ratinhos, e hoje publicado, revela que as bactérias que causam a meningite exploram as células nervosas nas meninges para eliminar a resposta do sistema imunitário, permitindo que a infeção se espalhe para o cérebro, avança a Lusa.

A meningite é uma doença provocada pela inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinal, e pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas microbianos.

Nas meningites bacterianas, as bactérias mais frequentemente envolvidas são a ‘Neisseria meningitidis’ (‘meningococo’), a ‘Streptococcus pneumoniae’ (‘pneumococo’) e a ‘Haemophilus influenzae tipo B’, que causam infeções graves que podem ser fatais.

No estudo, publicado na revista científica Nature, a equipa liderada por cientistas da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, focou-se nas bactérias ‘Streptococcus pneumoniae’ e ‘Streptococcus agalactiae’.

Numa série de experiências com ratinhos, os investigadores descobriram que as bactérias quando atingem as meninges desencadeiam uma cadeia de eventos que culmina na infeção disseminada.

Primeiro, as bactérias libertam uma toxina que ativa os neurónios (células do sistema nervoso) responsáveis pela transmissão da sensação de dor, o que poderá explicar a dor de cabeça intensa, um dos sintomas da meningite.

Em seguida, estes neurónios ativados libertam uma substância química de sinalização chamada CGRP, que se liga a um recetor (RAMP1) na superfície de células imunitárias como os macrófagos, inutilizando-as.

O estudo sugere que o bloqueio de um destes eventos com medicamentos pode travar a infeção, perspetivando novos e mais eficazes tratamentos para a meningite bacteriana. Já existem diversas vacinas que previnem a meningite bacteriana por ‘meningococo’, ‘pneumococo’ e ‘Haemophilus’ e que são administradas a crianças.

Numa futura linha de investigação, os cientistas vão aferir se os compostos que usaram para bloquear a substância CGRP e o recetor celular RAMP1 – e que existem em medicamentos para a enxaqueca, uma condição que poderá ter origem na camada meníngea superior, a dura-máter – podem ser dados em combinação com antibióticos para tratar a meningite e aumentar a proteção das meninges.

De acordo com um comunicado da Harvard Medical School, que cita estatísticas do Centro para a Prevenção e o Controlo das Doenças norte-americano, mais de 1,2 milhões de casos de meningite bacteriana ocorrem anualmente no mundo.

Se não for tratada, a doença mata sete em cada 10 pessoas. Entre os que sobrevivem, um em cada cinco fica com sequelas, como perda de visão ou audição, convulsões e dor de cabeça crónica.

Os atuais tratamentos consistem na administração combinada de antibióticos (para matar as bactérias) e esteroides (para reduzir a inflamação), mas podem não conseguir evitar as piores consequências da doença, especialmente se a terapêutica se iniciar tarde devido a atrasos no diagnóstico.

Por outro lado, os esteroides tendem a enfraquecer mais as defesas, alimentando a propagação da infeção.

 

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