Maria Branyas Morera era a pessoa viva mais velha do mundo antes de morrer em Espanha, em agosto passado, aos 117 anos. Tinha por costume atribuir a sua longevidade à «sorte e boa genética», o que veio a revelar-se verdade, como assinala este estudo recente.
Um estudo do microbioma e DNA de Branyas que os cientistas começaram a conduzir antes da sua morte, determinou que os genes que ela herdou permitiram que as suas células essencialmente se sentissem e se comportassem como se fossem 17 anos mais jovens do que realmente eram.
E a microbiota de Branyas – que se refere principalmente às bactérias dos intestinos – era idêntica à de uma criança, de acordo com a pesquisa liderada pelo professor de genética da Universidade de Barcelona, Manel Esteller.
O diário espanhol Ara, relatou pela primeira vez os resultados do estudo sobre o que foi descrito como o «genoma privilegiado» de Branyas no início de março. A equipa de Esteller descobriu que Branyas manteve a lucidez até quase o fim da sua vida.
E as doenças com as quais ela lutou durante os seus longos anos de vida limitaram-se em grande parte a dores nas articulações e a perda auditiva.
Ara relatou que o trabalho de Esteller sobre Branyas representa a pesquisa mais completa até agora sobre um suposto super centenário – alguém com 110 anos ou mais – bem como algumas explicações possíveis para a longevidade de algumas pessoas.
Os investigadores notaram como Branyas fez uma série de escolhas de estilo de vida saudável que também a ajudaram a tirar vantagem da sua composição genética única. Ela aderiu a uma dieta mediterrânea que incluía três iogurtes diariamente.
Evitava beber álcool e fumar, gostava de caminhadas e estava constantemente cercada de familiares e de entes queridos, o que aparentemente a ajudou a evitar declínios físicos e mentais que poderiam ter encurtado a sua vida, concluíram os cientistas.