Com a chegada dos dias mais quentes são pouco aqueles que resistem a um gelado. Frequentemente apontados como um dos principais inimigos da balança, são tema recorrente nas consultas de nutrição em que os mais preocupados com o peso procuram saber qual a opção menos calórica. A resposta vai depender essencialmente de 2 fatores:
Ingredientes: podem ter como base nata, leite, água ou fruta, à qual podem ser adicionados outros ingredientes como caramelo, chocolate, bolacha, frutos gordos, etc. De uma forma geral, os gelados tradicionais apresentam um teor médio a alto de açúcares (>20%) e um teor de gordura que pode variar entre <0,5% (nos sorvetes, nos gelados à base de fruta e de água) e os 25% (nos gelados à base de leite e de nata). Estas 2 últimas categorias são habitualmente as mais calóricas.
Tamanho: desde gelados com 30 gramas/unidade até caixas de tamanho familiar com 800 gramas, são várias as possibilidades de compra. Se o controlo de quantidades é o seu ponto fraco, escolher as versões individuais pode ser uma boa estratégia, tendo ainda a hipótese de optar pelo tamanho original ou pelas versões mini, que em alguns casos permitem reduzir para metade o aporte energético.
Conjugando estes 2 fatores e dando como exemplos opções de uma das marcas mais consumidas em Portugal (Olá®), os gelados menos calóricos pertencem à família Solero e Calippo, aos quais se juntam os clássicos Epá, Super Maxi e Perna de Pau (≤120 kcal). Dentro da família Magnum e Cornetto, as versões Caramel e Nuts e Morango são as únicas que ficam abaixo das 200 kcal, fornecendo todas as restantes 200-300 kcal.
Recentemente, surgiram no mercado gelados para consumidores mais exigentes: sem adição de açúcares, enriquecidos em proteína, vegan, sem lactose e bio. De facto, as versões sem adição de açúcares apresentam um valor energético simpático (<150kcal/100g). As restantes alternativas, apesar de frequentemente percecionadas como mais saudáveis podem apresentar uma declaração nutricional idêntica às versões tradicionais. A presença das alegações sem lactose e vegan apenas informa que pode ser consumido por intolerantes a este açúcar e por quem segue um padrão alimentar de base vegetal, respetivamente. A designação bio assegura que a sua produção se coaduna com as boas práticas ambientais, preservação dos recursos naturais e respeito pelo bem-estar animal. Quanto aos gelados enriquecidos em proteína, a sua pertinência é questionável uma vez que existem fontes proteicas com menor densidade energética e maior riqueza nutricional que permitem atingir as necessidades diárias (como a carne, peixe, ovos, laticínios).
Em suma, se está a tentar manter ou perder peso e regularmente não resiste a um gelado, optar por versões mini, sorvetes, gelados à base de água/gelo ou sem adição de açúcares pode ajudar a controlar a ingestão calórica. Se os consome de forma esporádica, tem um estilo de vida ativo a par de uma alimentação equilibrada, opte pelo gelado que lhe dá mais prazer comer.
Por: Sofia Oliveira Pinto