Já nos aconteceu a todos. Estamos a meio de uma história ou de uma explicação e subitamente ficamos “presos” numa palavra. Não conseguimos verbaliza-la, apesar de termos uma sensação de que sabemos exatamente o que queríamos dizer. Mas infelizmente a palavra nunca “nos sai”.
Não é que nos falte vocabulário. Sabemos exatamente o que queremos dizer e já usámos anteriormente essa expressão ou palavra. Então afinal porque é que estas “falhas” acontecem? Será sinal de algo mais grave?
Segundo os especialistas, quando se esquece de uma palavra isto não significa que esta tenha desaparecido da sua memória. Ela ainda está lá, mas por uma qualquer razão algo está a bloquear a sua correta verbalização.
Muitos fatores podem contribuir para este “bloqueio”. De facto uma palavra é uma colectânea de diversas coisas e associações. Imagens, sentidos, pronunciação, representação, silabas, tudo isto faz parte da estrutura de conexões de uma palavra. Se por um qualquer motivo, uma ou várias destas coisas estejam com dificuldade em ser ativadas então isso pode justificar uma maior dificuldade em fazer a palavra sair da nossa boca. O stress, a fatiga e outras distrações são normalmente as causas mais habituais de uma ativação insuficiente de algumas destas estruturas.
No entanto, alguns problemas de saúde mais graves podem causar igualmente uma maior dificuldade em “aceder” a certas palavras. Uma incapacidade cerebral de encontrar palavras que estamos a tentar expressar pode ser sinal de lesão ou infeção cerebral, assim como de doenças degenerativas como o Alzheimer.
Os especialistas avisam que neste tipo de problemas de saúde existirão certamente outros sinais que serão mais visíveis e como tal, o sintoma ocasional de esquecimento, ou dificuldade em encontrar palavras certas, é apenas algo normal, que faz parte da vida de todos nós. Não é motivo de alarme.
É certo que esquecer uma palavra em particular pode ser uma experiência extremamente frustrante, mas na maioria dos casos este bloqueio resolve-se rapidamente após alguns momentos. A palavra, com algum esforço, acaba por voltar a surgir e podemos continuar com a nossa conversa.
Ao contrário do que pode pensar, no momento, até são os jovens que muitas vezes acabam por ficar mais ansiosos com este tipo de situações. Começam imediatamente a fazer um esforço tremendo e a experimentar diversas técnicas para auxiliar a mente a lembrar-se. Já os mais velhos tendem a ter uma maior paciência e a esperar simplesmente que a palavra chegue até eles.
É certo que alguns de nós, já mais envelhecidos, podemos ficar a pensar que algo pode estar errado com a nossa mente e com a nossa capacidade de nos lembrarmos das coisas. Começamos a pensar que pode estar relacionado com alguma doença grave que afete o funcionamento cognitivo das pessoas idosas. Mas tal como percebemos aqui hoje, um esquecimento de uma palavra não deve ser visto como um problema grave de memória. É apenas o que é: uma falha ao lembrarmo-nos de uma palavra. Nada mais.