Quantas vezes já ouviu o farmacêutico dizer que, de momento, não tem o medicamento que procura? Certamente muitas porque, nos primeiros seis meses deste ano, faltaram 47 milhões de embalagens de fármacos nas farmácias do país. De medicamentos de marca a genéricos, as falhas aumentam e atingem medicamentos vitais para doenças cardiovasculares, diabetes ou hipertensão, e até para grávidas e pessoas com tumores.
Por falta de liquidez e porque o abastecimento do mercado é irregular, as ruturas de stock nas prateleiras são cada vez mais frequentes, sendo que as farmácias têm dificuldades crescentes em responder às necessidades dos doentes no momento, que acabam por ter de fazer várias deslocações para comprar os medicamentos que o médico receitou. Quem pode vai a Espanha, quem não pode é obrigado a interromper os tratamentos.
De acordo com os dados da Associação Nacional de Farmácias, citados pelo Expresso, a situação pode agravar-se já em agosto, mês em que os medicamentos indisponíveis podem vir a ser tantos como em todo o ano passado. Quem está no setor acusa os laboratórios de não abastecerem o mercado e os distribuidores de exportarem em demasia para países onde os medicamentos têm preços mais elevados.