As preocupações dos portugueses
Em Portugal, mais de 2,5 milhões de pessoas recebem atualmente uma pensão de velhice, sobrevivência ou invalidez. Com o envelhecimento da população e a redução da natalidade, cresce a dúvida: conseguirá o sistema de Segurança Social pagar pensões dignas no futuro?
Mito 1: “As pensões vão acabar”
Apesar das dificuldades, não há nenhum indício de que as pensões desapareçam. O sistema português assenta num modelo de repartição, em que os trabalhadores ativos financiam as pensões dos atuais reformados. É verdade que o rácio entre contribuintes e pensionistas está a diminuir, mas o Estado tem mecanismos para equilibrar as contas, como o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.
Mito 2: “Quem trabalha hoje não vai receber nada”
É um receio comum, mas exagerado. As reformas futuras podem ser mais baixas em relação ao último salário, mas não desaparecerão. A OCDE estima que a taxa de substituição em Portugal (percentagem do último salário que a pensão representa) se situe em 74% — uma das mais altas da União Europeia. Contudo, este valor tenderá a diminuir, o que reforça a importância da poupança complementar.
Mito 3: “A idade da reforma é sempre 65 anos”
Na prática, a idade legal da reforma em Portugal tem vindo a aumentar em função da esperança média de vida. Em 2026, passará para 66 anos e 9 meses. Existem exceções, como profissões de desgaste rápido ou regimes de reforma antecipada, mas com penalizações.
Verdades a ter em conta
- O sistema continuará a existir, mas as pensões futuras serão, em média, mais baixas.
- A diversificação de rendimentos na velhice (planos de poupança, imobiliário, trabalho parcial) ganha importância.
- A sustentabilidade depende de políticas públicas, como incentivar a natalidade e prolongar a vida ativa.
Em resumo, o futuro das pensões não é um cenário de catástrofe, mas exige realismo e planeamento. Assegurar um complemento privado e manter-se informado sobre mudanças legislativas são passos essenciais para garantir segurança financeira na reforma.