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O impacto das redes sociais na geração de prata

15 Julho 2025
Forever Young

A chamada geração de prata — adultos com 55, 65 ou mais anos — entrou definitivamente na vida conectada.

Num piscar de olhos histórico, estas plataformas passaram de “coisa de netos” a ferramenta diária: um inquérito da AARP indica que 74 % dos 50+ já estão em pelo menos uma rede social e dois terços fazem videochamadas com regularidade.

O retrato detalhado da Pew Research Center confirma a tendência: entre os 50-64 anos, 70 % usam Facebook e 86 % YouTube; acima dos 65, a adesão ainda é robusta (59 % e 65 %, respectivamente).

Em pouco mais de uma década, a socialização digital deixou de ser excentricidade para se tornar infra-estrutura básica de relação familiar e participação cívica.

Por que entram — e ficam

Conversar em tempo real com filhos emigrados, ver fotografias dos netos ou organizar encontros presenciais: esses são, há anos, os três “porta-de-entrada” clássicos nas entrevistas da AARP. Contudo, a pandemia adicionou uma quarta motivação: acesso à saúde. Plataformas como Facebook e WhatsApp passaram a hospedar grupos de apoio sobre diabetes, artrose ou demência, abrindo caminho a uma prática cada vez mais estudada — o social e-health.

Benefícios mensuráveis

Uma revisão sistemática publicada em março de 2025 na Journal of Medical Internet Research analisou 16 trabalhos e concluiu que o uso activo de redes sociais melhora a literacia em saúde digital de modo recíproco: quanto maior a exposição, maior a capacidade de avaliar informação médica; por sua vez, essa literacia reforça uma utilização ainda mais qualificada dos canais.

Entre os 75 % dos estudos que observaram partilha de informação, destacam-se ganhos em auto-gestão de doenças crónicas, telemedicina e adesão a programas de exercício. Ou seja, para um segmento cuja principal ameaça é o isolamento, as redes funcionam como catalisador de autonomia e de bem-estar.

A outra face do ecrã

Mas nem tudo são likes. O mesmo ecossistema que aproxima famílias amplia o raio de acção de burlas. O relatório anual da Federal Trade Commission calcula que só em 2023 os norte-americanos 60+ perderam 1,9 mil milhões de dólares para fraudes — valor que pode chegar a 61,5 mil milhões, se se contar a sub-notificação.

A imprensa norte–americana vai mais longe: somando todas as idades, as perdas globais em 2024 ultrapassaram 16 mil milhões, com as chamadas romance scams e investimentos “milagrosos” entre os maiores golpes. Adultos mais velhos não são os que registam mais queixas, mas, quando perdem, perdem somas muito superiores. A facilidade de criar perfis falsos e a ingenuidade digital de parte desse público explicam boa parte do problema.

Barreiras de usabilidade — e de confiança

Se a adoção cresce, persistem desigualdades internas. Ainda segundo a Pew, apenas 19 % dos 65+ estão no Instagram e 10 % testaram o TikTok.

O obstáculo não é só técnico; entrevistas qualitativas mostram receio de “exposição excessiva” e de algoritmos que “roubam dados”. Interfaces cheias, fontes pequenas e menus escondidos agravam a curva de aprendizagem.

Caminhos para um ecossistema mais seguro

Especialistas em envelhecimento digital defendem um tripé de acção:

Formação contínua — workshops de uma hora sobre phishing e privacidade elevam a confiança e reduzem fraudes relatadas, segundo dados preliminares da iniciativa AARP Fraud Watch.

Design inclusivo — botões grandes, legendas automáticas e contrates altos aumentam o tempo de permanência positivo e diminuem erros de partilha.

Moderação humana nos grupos de saúde — admins voluntários ou profissionais de saúde certificados filtram desinformação antes que ela se espalhe.

As redes sociais deixaram de ser mero passatempo para a população 55+; são hoje ponte vital para laços afectivos, educação em saúde e participação comunitária. O desafio passa por maximizar ganhos — literacia, tele-saúde, sentido de pertença — enquanto se mitigam riscos de fraude e desinformação. O equilíbrio depende tanto da competência digital dos utilizadores quanto da responsabilidade das plataformas e de políticas públicas de protecção do consumidor sénior. Em 2025, o feed da geração de prata mostra-se mais vivo, útil e — com a arquitectura certa — potencialmente mais seguro.