Ser um bom pai nunca foi tão desafiante – ou tão importante. Num mundo em constante mudança, os papéis parentais evoluem e a ciência tem vindo a destacar o valor da figura paterna na educação emocional, social e intelectual das crianças.
Mas afinal, o que torna um pai verdadeiramente “ideal”? Os especialistas apontam características como dedicação, empatia, humor, envolvimento, lealdade e fiabilidade. E, surpreendentemente (ou não), algumas das representações mais inspiradoras de paternidade vêm da televisão.
Phil Dunphy: o rei dos “dad jokes”
No topo da lista dos melhores pais da ficção está Phil Dunphy, da série Modern Family. Com o seu entusiasmo contagiante, piadas desajeitadas e constante tentativa de ser o “pai cool”, Phil é um exemplo de como o humor pode ser uma ferramenta poderosa na parentalidade.
“O humor ensina flexibilidade cognitiva, alivia o stress e promove a resiliência”, explica o professor Benjamin Levi, da Penn State College of Medicine.
Frases como “WTF – Why The Face?” ou “Se amas alguma coisa, liberta-a… a não ser que seja um tigre” tornaram-se marcas registadas deste pai que acredita que rir é o melhor remédio — até mesmo nas birras.
Bandit (Bluey): brincar é coisa séria
Outro exemplo moderno de paternidade exemplar é Bandit, o pai canguru da série Bluey. Com uma imaginação ilimitada, Bandit mergulha nos jogos das filhas como se fosse uma criança — e é precisamente essa disponibilidade emocional que o torna um modelo tão poderoso.
Marlin (À Procura de Nemo): o pai protetor
No universo da animação, Marlin, o peixe-palhaço de À Procura de Nemo, representa o pai protetor, disposto a atravessar oceanos para salvar o filho. A sua dedicação inabalável emociona miúdos e graúdos, lembrando-nos que cuidar também é amar com coragem.
Daddy Pig (Peppa Pig): entre tropeços e ternura
Já em Peppa Pig, Daddy Pig é o pai simpático, desastrado e muitas vezes alvo das piadas da família. Apesar disso, mantém-se calmo, resiliente e envolvido. Para a professora Anna Sarkadi, da Universidade de Uppsala, ele representa um pai “verdadeiramente presente”, o que é determinante para o desenvolvimento saudável das crianças.
Ainda assim, nem tudo são louvores. Daddy Pig encaixa no estereótipo do “pai trapalhão” — bem-intencionado, mas ineficaz. Segundo o professor Ben McCann, da Universidade de Adelaide, este tipo de figura paternal pode reforçar uma imagem de incompetência injusta, embora continue a ser importante mostrar pais imperfeitos, mas reais.
Steven Keaton (Carícias de Família): ternura e progressismo
Para quem cresceu nos anos 80, Steven Keaton da série Family Ties é um nome incontornável. Um pai afetuoso, liberal e envolvido, que equilibrava firmeza com empatia. Para a psicóloga Sarah Schoppe-Sullivan, este é “um exemplo precoce de masculinidade cuidadora”, antecipando o que muitos homens modernos procuram ser: pais presentes, ternurentos e ativos na educação dos filhos.
O retrato do pai moderno
Ser o “pai ideal” não significa ser perfeito — longe disso. Mas envolver-se verdadeiramente na vida dos filhos, ouvir com atenção, brincar sem medo do ridículo e mostrar afeto com autenticidade são traços comuns entre os melhores exemplos, tanto na ficção como na vida real.