Ontem a Guarda-Costeira dos Estados Unidos informou que o submarino desaparecido Titan, da empresa OceanGate, sofreu uma implosão instantânea, o que teria ocasionado a morte dos cinco tripulantes a bordo.
A implosão de um submarino acontece porque a pressão externa é maior do que a que ele consegue suportar.
A pressão interna do submarino é igual à pressão atmosférica; o que manteria o submersível intacto seria a sua estrutura, que suportaria a pressão externa.
Assim, o efeito da pressão externa sobre o submarino seria semelhante ao de esmagar uma lata de refrigerante. Os corpos também seriam espremidos juntamente com a estrutura.
Além do esmagamento, a pressão provoca outros efeitos no organismo.
Quando se entá no mar, a cada 10 metros de profundidade a pressão aumenta em 1 atm [atmosfera]. A partir de 4 atm, a pessoa começa a sofrer narcose de nitrogénio. Em casos de mergulhadores que utilizam suporte respiratório, com um gás especial formado por oxigénio e hélio, é possível atingir de 10 a 20 atm. Há relatos de mergulhadores que atingiram 30 atm.
O Manual MSD de Diagnósticos e Tratamento afirma que a narcose de nitrogénio, ou embriaguez das profundezas, é um efeito que costuma ocorrer a partir de 30 metros em alguns mergulhadores que respiram ar comprimido e, geralmente, se torna incapacitante a 90 metros.
Os sintomas seriam semelhantes aos da intoxicação alcoólica, que provoca dificuldades de raciocínio, desorientação e euforia.
O corpo humano, sem a proteção adequada e submetido a tais pressões, entraria em colapso completo.
Além disso, outros fatores já poderiam ter levado a tripulação à morte, como a hipotermia, quando a temperatura do corpo se encontra muito abaixo da condição ideal, e também a hipoxemia, que é a falta de oxigenação do sangue.
Havendo uma implosão com esse nível de pressão, dificilmente haveria estruturas corporais intactas que pudessem ser identificadas, e, ainda sim, haveria o transporte para longas distâncias devido às correntes marítimas.