Imagens com má qualidade, som pouco percetível e quebras constantes. Nesta fase é pouco provável que não tenha ainda experienciado este tipo de pontos negativos associados às plataformas de conversação online como o Zoom, Skype ou Facetime.
A verdade é que a tecnologia não é ainda perfeita. Muitas destas chamadas e reuniões acabam por não ser realizadas nas melhores condições. Apesar de o Zoom, em particular, ser um serviço extremamente útil para ajudar a aproximar as pessoas, a verdade é que trouxe consigo alguns problemas.
Cada vez mais as pessoas têm reportado uma enorme fatiga associada ao uso desta tecnologia. De acordo com o especialista Vaile Wright (diretor de Saúde da American Psychological Association) este tipo de conversas são “mentalmente desgastantes”. Tentamos ouvir, tentamos participar, perceber sinais não-verbais, acompanhar quem está a falar, ao mesmo tempo que estamos sempre absolutamente cientes de que estamos a ser observados por todos os outros. Segundo explica Wright à AARP, este tipo de fenómeno pode gerar cansaço, ansiedade e até burnout.
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As videoconferências parecem ser especialmente desgastantes devido à ausência de sinais e linguagem não-verbal que tão inconscientemente estamos habituados a usar para auxiliar a nossa comunicação presencial. A forma como mexemos o nosso corpo ou como mexemos o nosso olhar é fundamental para a nossa comunicação presencial. Numa videochamada isso acaba distorcido. Somos obrigados a manter um olhar permanente para o ecrã, tendo consciência de que todas as outras pessoas estão também a fazer o mesmo.
Até as pessoas mais extrovertidas se podem sentir excessivamente escrutinadas ao usar estas tecnologias. Acabando por tornar assim aquilo que deveria ser uma interação alegre e descontraída, numa experiência cansativa e desconfortável.
No entanto, todos temos agora que procurar usar este formato para manter um contacto frequente e saudável com amigos, colegas ou familiares. De acordo com os especialistas existem algumas coisas que podemos fazer para melhorar as nossas interações e experiências, realizadas remotamente através de écrans.
- A prática leva à perfeição
Quanto mais usar este tipo de tecnologias mais facilmente se irá habituar. Procure perceber e conhecer em pormenor o serviço ou plataforma que irá usar. Experimente vários ângulos de camara e diferentes ambientes de fundo. Quanto mais chamadas desta fizer, mais confortável se irá começar a sentir. Não desista.
- Regras e protocolos
É importante que se sigam algumas regras para garantir que a experiência de videoconferência é a mais suave e clara possível. Os microfones das pessoas que não estão a falar devem estar desligados. Defina uma pessoa que irá “liderar” a conversação. Este será o responsável por perguntar às pessoas como se sentem, permitindo que toda a gente tenha a possibilidade de participar de uma forma ordenada. Depois procure estruturar a conversa em torno de um tema. Em alternativa podem também fazer uma videoconferência para partilhar uma atividade em conjunto, como cozinhar, jantar ou ver um filme. Este é o tipo de conexão que as pessoas mais procuram nesta fase.
- Tente distrair-se
Pode parecer contraintuitivo, mas manter-se envolvido numa outra atividade física ao longo da videochamada pode ajudar a que o cérebro não se desgaste tanto com a interação via ecrã. Isto pode não ser possível em todo o tipo de reuniões ou conversas, mas sempre que possível tente andar um pouco, alongar o seu corpo ou até levantar pesos. Tudo para que mantenha o seu corpo ativo. Este tipo de atividade pode gerar um relaxe e uma concentração semelhante ao ato de “rabiscar” uma folha de papel ou caminhar quando fala ao telefone.
- Defina limites de tempo e seja sincero
Não se sinta obrigado a permanecer numa videochamada que dura mais de uma hora. Não deve ter vergonha de abandonar a mesma um pouco mais cedo, quando já está a ficar cansado. Outra sugestão pode ser “dividir” a chamada. Começar primeiro com vídeo para que todos se possam ver e depois transitar para uma simples chamada áudio, desligando a camara. Seja honesto em relação ao seu método de conversação e interação preferido. Todos temos sensibilidades diferentes. Respeite a sua e a dos outros, claro.
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