O líder político opositor Enrique Mendonza, ex-governador do estado venezuelano de Miranda, morreu, segunda-feira, aos 77 anos, vítima de uma “leucemia muito agressiva”, anunciaram membros do partido democrata-cristão venezuelano COPEI, do qual fazia parte.
“Apresentamos as nossas mais profundas condolências pela partida de um dos maiores ‘copeianos’ que a Venezuela alguma vez teve, como foi Enrique Mendoza. Daqui, da sua casa [democracia cristã], rezamos pela sua alma, pedimos conforto para os seus familiares”, anunciou o partido de centro-direita na rede social Twitter.
Em declarações à Unión Rádio, o político César Pérez Vivas, também do COPEI, referiu que Enrique Mendoza foi hospitalizado há dois meses após testar positivo à covid-19.
Mas, segundo acrescentou o político, “após avaliações médicas determinaram que [Mendoza] tinha uma leucemia muito agressiva” e que “não contava com um seguro capaz de cobrir as respetivas necessidades”.
“O seu exemplo como lutador democrático é um testemunho de autenticidade e de compromisso com o nosso país”, frisou.
César Pérez Vivas enalteceu as qualidades de Enrique Mendoza como líder político, mas também como alguém que “se entregou por completo a uma causa”.
“Fez-se servidor dos mais humildes e esteve perto das pessoas. (…) Em Los Altos Mirandinos, em Petare e nos bairros de Barolvento há famílias que choram a sua morte, porque esteve sempre muito comprometido com os cidadãos”, concluiu.
Político e advogado, Enrique Mendoza D’Ascoli nasceu no populoso bairro de Petare (leste de Caracas) em 11 de agosto de 1945.
Foi eleito governador do estado venezuelano de Miranda em três ocasiões (1995, 1998 e 2000), finalizando o mandato em 2004.
Foi vereador e duas vezes presidente da Câmara Municipal de Sucre. Entre 2011 e 2016 foi deputado da Assembleia Nacional da Venezuela e integrava a direção do partido COPEI.
Presidiu a Coordenadora Democrática (criada em 2002 e extinta em 2004), uma coligação de partidos políticos venezuelanos, associações civis e organizações não-governamentais (ONG) que se opunham ao então Presidente socialista Hugo Chávez, que liderou o país entre 1999 e 2013.
Em 2004, Enrique Mendonza liderou a realização de um referendo revogatório contra Chávez.