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Opinião: A autopublicação de livros como indutora da evolução social

Artigo de opinião de Ricardo Almeida, CEO e Fundador do Clube de Autores

16 Janeiro 2024
Forever Young

Ler é, provavelmente, a maneira mais eficiente e intensa de explorar novos universos, de promover experiências inéditas, de sair do lugar comum medieval que costuma ser a zona de conforto intelectual em que todos habitamos. É através da leitura que se instiga a curiosidade pelo mundo, se procura  inspiração para inovar e se caça, de maneira ativa, a inovação.

Não há nada de novo nestas afirmações – todas estas ideias são, há muito, apoiadas por uma infinidade de pesquisas, estatísticas e dados. O que poucos costumam associar é que o salto no hábito de leitura e no mercado editorial – que, em Portugal, expandiu-se em mais de 9% em 2022 e espera-se que cresça mais de 6% em 2023, fenômeno que se repete pelo mundo – está relacionado com o impressionante crescimento da diversidade literária.

Se no passado tínhamos que nos contentar com uma variedade limitada de títulos, a maioria deles sobre temas generalistas para garantir vendas homogéneas, hoje vivemos numa era de absoluta abundância. Essa abundância literária tem um nome: autopublicação.

Hoje, qualquer autor consegue publicar seu livro, em formato impresso ou digital, através de plataformas gratuitas. Quando o livro é comprado pelo leitor, ele é produzido individualmente, sob demanda, e entregue com a mesma rapidez das livrarias tradicionais, enquanto os royalties são transparentemente reportados para o autor. Junte  a isso a distribuição feita pelas plataformas atuais – que garantem que os livros autopublicados estejam à venda nas principais livrarias e marketplaces do mundo – e temos um cenário imbatível para o crescimento da oferta literária global.

Atualmente, mais da metade dos livros lançados anualmente são autopublicados – um segmento que cresce 17 vezes mais rápido que o mercado editorial tradicional. O que significa isso para os leitores? Opção, variedade. Em vez de ficarem reféns de bestsellers que nem sempre despertam o seu interesse, os leitores de hoje podem mergulhar em temas que estejam mais alinhados com seus próprios gostos, por mais de nicho que sejam. Não é à toa que, todos os anos, mais de 300 milhões de livros autopublicados são vendidos.

Esta é, precisamente, a beleza de um mercado literário dominado pela autopublicação: se é verdade que todos nós, hoje, podemos publicar as histórias e conhecimentos que temos para contar, é,consequentemente, verdade que também temos à nossa disposição uma variedade grande o suficiente para garantir que encontraremos obras literárias absolutamente conectadas aos nossos perfis individuais.

E esse é um ciclo intelectual absolutamente virtuoso: quanto mais fácil fica a autopublicação – mais a oferta de livros crescerá; quanto maior a oferta e a variedade, maior a possibilidade de cada leitor encontrar livros perfeitos para si; quanto mais forte essa “conexão” entre oferta e demanda, maior o prazer de leitura; quanto maior o prazer de leitura, maior o crescimento do hábito, do mercado e da cultura geral na nossa sociedade.

Pouco se discute sobre o papel do livro como indutor de uma evolução intelectual, não apenas para o indivíduo, mas também para toda a sociedade. O que esta revolução do mercado editorial chamada de autopublicação vem garantir não é apenas a continuidade dessa evolução, mas a sua aceleração a níveis nunca antes vistos.

Que mais livros sejam (auto)publicados. Que mais leitores sejam formados. E que consigamos formar, a partir dessa ingestão de cultura, uma sociedade cada vez melhor.

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