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Opinião: «Dia Mundial do Vitiligo, importa desmistificar que a doença não é contagiosa», Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista

25 Junho 2025
Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista na Clínica Espregueira, Porto

Artigo de opinião de Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista

O vitiligo é uma doença de pele crónica que se caracteriza por manchas despigmentadas (brancas). Estas têm bordos bem delimitados, podem aparecer em qualquer zona do corpo e em qualquer idade. Agravam caracteristicamente no verão, devido à maior pigmentação da pele circundante com a exposição solar (efeito de contraste).

É uma patologia em que o sistema Imunitário ataca os melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento que dá cor à pele, levando à despigmentação de determinadas áreas de pele.

Apesar de qualquer parte do corpo poder ser afetada nesta patologia, existem locais mais frequentemente afetados. Fatores como trauma físico, exposição solar ou fricção podem também influenciar esta predisposição preferêncial de determinadas regiões corporais. Os locais mais frequentemente afetados são as religiões ao redor dos olhos e da boca, dedos e dorso das mãos, cotovelos, joelhos, tornozelos, virilhas e região genital.

De referir que, quando são afetadas zonas corporais com pelo ou cabelo, estes podem ficar brancos precocemente (como cabelo, cílios, sobrancelhas e barba).

É uma doença autoimune, na qual o sistema imunitário é ativado no sentido de destruir os próprios melanócitos. Além de fatores genéticos, sabe-se que traumatismos e stress físico e emocional poder ser contribuir para o aparecimento desta patologia. Não é de todo contagiosa. Em grande parte dos casos tem uma componente hereditária.

O diagnóstico é geralmente clínico, ou seja, com base na história clínica e no exame físico. As lesões são, na grande maioria dos casos, muito características permitindo o diagnóstico. Em alguns casos podemos recorrer à luz de Wood (lâmpada azul usada por dermatologistas) e à biópsia para ajudar a fazer ou excluir o diagnóstico. Na altura do diagnóstico são feitas também análises clínicas para excluir a presença de outras patologias autoimunes concomitantes.

O tratamento vai depender de diversos fatores: idade do paciente, tempo de evolução das lesões, localização das mesmas, área total corporal atingida e presença de comorbilidades. É importante recorrer a uma consulta de dermatologia o mais cedo possível após o aparecimento das lesões para estabelecer o diagnóstico, fazer exames complementares eventualmente necessários e estabelecer um plano terapêutico. De recordar que estes pacientes têm um aumento do risco de cancro de pele nas áreas despigmentadas. Por este motivo, a fotoproteção eficaz é fundamental e transversal a qualquer abordagem terapêutica.

Existem várias opções terapêuticas. A sua escolha vai depender dos fatores anteriormente mencionados. Na maioria dos casos é necessário combinar diferentes tratamentos. Tratamento disponíveis:

1) Tratamentos tópicos: corticosteroides, inibidores de calcineurina (tacrolimus e pimecrolimus) e análogos da Vitamina D (ex.: calcipotriol). Uma palavra especial para os inibidores de JAK tópicos – ruxolitinib (Opzelura): aprovado nos EUA e em diversos países na Europa para vitiligo não segmentar. Estudos mostram até 50-75 % de repigmentação sobretudo nas lesões faciais ao final de 6 meses. De lamentar profundamente que ainda não esteja disponível em Portugal. Muito bem tolerado, boa eficácia. Desvantagens: preço muito elevado, menor eficácia por exemplo nos membros e pode causar em alguns casos irritação na pele.

2) Fototerapia: UVB de banda estreita (NB-UVB): são necessárias 3 sessões semanais durante 6 a 12 meses ou PUVA (psoraleno + UVA). Desvantagem: não pode ser usado a longo prazo, sob pena de aumento do risco de cancro de pele.

3) Tratamentos sistêmicos:

– Corticosteroides em pulso oral: ajudam a estabilizar vitiligo em caso de rápida progressão. Desvantagens são o facto de apenas poderem ser usados por curtos períodos de tempo sob pena de efeitos secundários característicos desta classe de fármacos.

– Imunossupressores como metotrexato, ciclosporina, azatioprina. Desvantagens: baixa eficácia, efeitos secundários típicos dos imunossupressores.

Inibidores de JAK orais (ritlecitinibe, upadacitinibe): ainda não aprovados, mas vários estudos em curso. Prometem ser eficazes. Desvantagens: preço muito elevado e potenciais efeitos secundários inerentes à imunossupressão.

4) Outras opções: Transplante de melanócitos ou enxertos de pele, laser, microagulhamento com ou sem aplicação simultânea de fármacos (drug-delivery), camuflagem.

É uma patologia crónica e sem cura até à data.

Apesar de o risco de cancro de pele estar aumentado nestes pacientes, o vitiligo é uma patologia que não põe em causa a saúde “física” dos pacientes afetados. Contudo, pacientes com vitiligo, sobretudo em áreas expostas como mãos e rosto ou áreas sensíveis como os genitais, sofrem diariamente estigmatização por parte da sociedade. Isto tem um enorme impacto na autoestima e qualidade de vida das pessoas afetadas. Estudos mostram que o vitiligo tem um grande impacto, não só na vida pessoal e social, mas também profissional do afetados. Há uma enorme prevalência de depressão e de ansiedade neste grupo de pacientes. Além disso, pacientes com vitiligo reportam evicção social e dificuldades em encontrar parceiros.

Podemos combater o estigma social ainda associado às manchas com campanhas de sensibilização e informação, aumentando a literacia na sociedade sobre esta patologia.

Figuras públicas, sobretudo no mundo da moda (em que muito se valoriza a imagem), que mostram com orgulho o seu corpo e são muito bem sucedidas naquilo que fazem são uma enorme ajuda no combate ao preconceito.

Há muito ainda a fazer para aumentar a literacia dos portugueses nesta questão e combater o preconceito.

O mito que importa desmistificar é que a doença não é contagiosa. Esse é o principal mito que temos de combater.

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