A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) estreia, no próximo sábado, duas peças para guitarra portuguesa, uma de autoria de Miguel Amaral e outra de Dimitris Andrikopoulos, avança a Lusa.
A OML, sob a direção musical do maestro Pedro Neves, apresenta o programa “Raízes. Porto Bay”, no Teatro Thalia, em Lisboa, sendo solista o guitarrista Miguel Amaral, que toca uma guitarra portuguesa de Coimbra, com afinação de Lisboa, uma tradição iniciada por José Fontes Rocha (1926-2011).
O programa a apresentar inclui as estreias de “Uma estranha melodia feita de todos os sonhos”, de Miguel Amaral, e o Concerto para Guitarra Portuguesa, de Dimitris Andrikopoulos, além do poema sinfónico “Vathek”, de Luís de Freitas Branco, na versão de Joly Braga Santos para orquestra de câmara.
A OML realça, em comunicado, a singularidade da guitarra portuguesa, nomeadamente, as seis ordens duplas de cordas metálicas, a afinação, a caixa de ressonância em forma de pêra e a cravelha em disposição de leque, referindo que o instrumento está ligado “ao fado, à boémia urbana, às raízes e à identidade histórica do nosso país”.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Amaral afirmou que só o facto de se estrearem duas peças para guitarra portuguesa e orquestra “abre portas ao instrumento”.
“O repertório para esta formação é muito escasso e conseguimos assim expandi-lo. Por outro lado este tipo de iniciativas vem no seguimento da minha intenção de autonomizar a guitarra portuguesa em relação ao fado e integrá-la nos mais diversos contextos, seja na música contemporânea, no jazz ou mesmo na música antiga”, afirma o músico portuense.