Quando somos mais jovens, é fácil apelidar de “velhas” todas as pessoas com cabelos brancos que vemos na rua, ou mesmo aquelas que fazem parte da família. No entanto, sabe-se agora que esta perceção muda com o passar do tempo.
Isto acontece porque muitas pessoas se convencem de que, enquanto as pessoas à sua volta estão a envelhecer, aquela que vemos no espelho todas as manhãs envelhece a um ritmo mais lento. Esta ideia de confusão com as idades ficou demonstrada numa pesquisa online com entrevistados dos 10 aos 89 anos, que revelou que o pensamento da maioria é de que a meia-idade começa aos 30 e a velhice aos 50 anos. Outra conclusão foi que as mulheres também relataram ser percebidas como mais jovens e que estas perceções das idades ocorreram mais tarde na vida.
Um estudo determinou que os adultos mais velhos, muitas vezes, tentam evitar os estereótipos negativos da sua faixa etária, o que faz com que tenham comportamentos incomuns à sua idade. A professora assistente de Gerontologia da Universidade do Sul da Califórnia, Jennifer Ailshire, salienta que sobretudo «os baby boomers [pessoas com idade compreendida entre os 54 e os 72 anos] estão a redefinir o que é o envelhecimento e como é a velhice».
Outro coautor do estudo, William Chopik, afirma também que o facto da esperança média de vida estar a aumentar de ano para ano também desempenha um papel no crescimento desta realidade. Para o professor de psicologia, «à medida que a nossa vida se alonga e nos vemos a mudar, a nossa visão da velhice também se altera».
A mudança para rotinas e escolhas de vida mais saudáveis, somando a uma constante evolução e melhoria da medicina, está a ajudar à criação desta nova realidade. A professora de bioestatística da Universidade de Boston, Paola Sebastiani, com 55 anos, atesta esse facto pois anda quilómetros por dia e tem uma alimentação saudável. Além de que, segundo a professora, «pessoas com uma atitude positiva em relação ao envelhecimento geralmente envelhecem mais lentamente».