Esta condição, conhecida como trombocitose, é mais comum do que se pensa e, na maioria das vezes, surge como resposta a outra doença ou situação de saúde.
O que é, afinal, a trombocitose?
A trombocitose é uma alteração no sangue em que o número de plaquetas está acima do normal. Pode surgir de forma pontual ou crónica, e é muitas vezes identificada através de um simples hemograma (análise ao sangue). Esta condição é também chamada de trombocitose secundária ou reactiva, precisamente porque tende a ser provocada por outra causa — como uma infeção, inflamação ou até uma cirurgia recente.
É diferente da trombocitemia essencial, uma condição mais rara, que surge devido a uma disfunção na medula óssea e não a outra doença.
Para que servem as plaquetas?
As plaquetas (ou trombócitos) são pequenas células produzidas na medula óssea e têm uma função vital: ajudam o sangue a coagular quando há uma ferida. Quando tudo está equilibrado, formam um “tampão” para estancar o sangue. Mas quando estão em excesso, podem formar coágulos sanguíneos indesejados dentro dos vasos sanguíneos, o que pode dificultar ou até bloquear o fluxo normal de sangue.
Causas mais comuns da trombocitose
De acordo com especialistas da Clínica Mayo, a trombocitose pode ser provocada por diversas situações, entre as quais:
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Cirurgias recentes ou perdas de sangue
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Infeções (como pneumonia ou tuberculose)
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Doenças inflamatórias (como artrite reumatoide ou doença inflamatória intestinal)
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Défice de ferro
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Cancros ainda não diagnosticados
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Anemia hemolítica (quando o corpo destrói glóbulos vermelhos mais depressa do que os consegue produzir)
Sintomas a que deve estar atento
Muitas pessoas com trombocitose não apresentam sintomas. No entanto, em casos mais severos, podem surgir sinais associados à formação de coágulos ou a sangramentos anormais, tais como:
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Dores de cabeça frequentes
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Confusão ou alterações na fala
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Dor no peito
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Falta de ar
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Fraqueza generalizada
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Hemorragias nasais, nas gengivas ou presença de sangue nas fezes
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Hematomas que surgem facilmente
Diagnóstico e tratamento
A trombocitose é normalmente detetada através de uma análise ao sangue (hemograma). O tratamento vai depender sempre da causa subjacente.
Se a origem estiver, por exemplo, numa cirurgia recente ou numa infeção passageira, o número de plaquetas tende a voltar ao normal sem necessidade de intervenção. Já nos casos crónicos, o tratamento pode incluir:
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Medicação para reduzir as plaquetas, como hidroxiureia, anagrelida ou interferão alfa
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Tratamento da doença de base, como uma inflamação crónica
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Em situações de emergência, pode ser necessário recorrer a um procedimento chamado trombocitaféresis, que filtra o excesso de plaquetas do sangue (embora com efeito temporário)
Quando deve procurar ajuda médica?
Se fez uma análise e o seu médico detetou níveis de plaquetas elevados, é importante investigar a causa. E, claro, se estiver a sentir sintomas como dores de cabeça persistentes, falta de ar ou hematomas sem explicação, não hesite em procurar aconselhamento clínico.