O Zoomarine procedeu na manhã de hoje, 16 de maio, à devolução ao mar de duas tartarugas marinhas, da espécie “Carretta Carretta”, em Portimão.
Batizadas como Vanora e Ukiyo, a primeira foi encontrada arrojada no início de março, na Praia Grande, concelho de Sintra, em perigo de vida. Recolhida pela RALVT – Rede de Arrojamentos de Lisboa e Vale do Tejo, foi encaminhada para o Porto d’Abrigo do Zoomarine, na Guia, Algarve, para reabilitação.
Na chegada ao centro de reabilitação do Zoomarine, estava em estado comatoso, com apenas 242,3 gramas de peso, 11,4 cm de comprimento e uma pequena lesão na carapaça. À data de hoje, contava já com 544,7 gramas de peso, mais do dobro do que quando chegou ao Porto d’Abrigo.
A Ukiyo esteve desde novembro de 2023 em reabilitação. Foi encontrada encalhada no lodo, na ribeira da Carrapateira (Bordeira, Aljezur) e entregue num posto da GNR, onde permaneceu em segurança até a equipa do Porto d’Abrigo chegar.
Prostrada, muito magra e com sinais físicos de desidratação, tinha várias lesões superficiais ao longo dos membros, cabeça e carapaça. À entrada apresentava um peso de 2,24 kg e 24,6 cm de comprimento, tendo evoluído para 4,9 kg e 29,6 cm na devolução ao mar.
Para Antonieta Nunes, enfermeira veterinária responsável do Porto d’Abrigo do Zoomarine: “a recuperação e devolução da Vanora e da Ukiyo ao seu habitat natural é um marco significativo para o Porto d’Abrigo, que vê, uma vez mais, cumprida a sua missão de salvar e reabilitar espécies marinhas, proporcionando-lhes uma segunda oportunidade na natureza. A história destas tartarugas é um testemunho do impacto positivo que podemos ter na conservação e proteção do ambiente marinho, desde que, em conjunto, trabalhemos com esse propósito.”
A devolução das tartarugas ao mar ocorreu a cerca de 10 milhas náuticas a sul da Barra de Portimão, graças ao apoio da Marinha Portuguesa, que disponibilizou os meios que tinha contemplados para uma ação de patrulhamento marítimo, de modo a que fosse possível proceder à devolução da Vanora e da Ukiyo ao habitat natural em segurança e sem a criação de uma pegada ambiental para tal.
As duas tartarugas integram uma das espécies de tartarugas marinhas mais comuns nas águas portuguesas, na lista de espécies protegidas e declaradas como “vulnerável”, da IUCN (International Union for Conservation of Nature).