Fernando Pessoa morreu num pequeno hospital no Bairro Alto, na rua Luz Soriano, um antigo palácio luxuoso, o do Hospital St Louis – pertencente à Societé Française de Bienfaisance.
“Este hospital era administrado na altura pelas Filles de la Charité, uma ordem francesa de freiras. Fora fundado inicialmente para acolher marinheiros e residentes franceses mas, ao longo dos anos, foi recebendo diversas personalidades portuguesas”, refere o site do Turismo de Lisboa.
Uma delas foi o poeta Fernando Pessoa que, a 29 de novembro de 1935, foi instalado num quarto de hospital. Há já algum tempo que o poeta sofria com as consequências com o seu problema de alcoolismo.
Antes de ser acomodado no St Louis, Pessoa chamou um médico a casa que o aconselhou a ser internado, ideia que Pessoa de imediato. Mas ele acabaria por ceder, não sem antes se dirigir ao seu velho amigo e barbeiro Manassés para o barbear.
Pessoa recebeu várias visitas no dia de entrada no hospital, e foi provavelmente ao final da tarde que escreveu numa folha de papel a data “29/10/1935” e uma só frase: “I know not what tomorrow will bring”.
Pessoa morreria no dia seguinte, na presença do Dr. Jaime Neves, um segundo médico, uma enfermeira, e os seus amigos Francisco Gouveia e Victor da Silva Carvalho. Moitinho de Almeida, um importador têxtil para quem Pessoa trabalhou como autor de cartas e a inspiração para o Senhor Vasques d’O Livro do Desassossego, pagou a conta do hospital.
Ainda hoje, a memória do poeta e das suas várias personagens vive no St Louis, com um painel em sua memória no 1º piso, onde se podem ler alguns dos seus poemas.