Um estudo de larga escala britânico concluiu que até uma em cada sete (14%) crianças ainda pode ter sintomas 15 semanas depois de ter contraído a infeção. No entanto, este número é inferior ao de alguns estudos que reportaram uma prevalência de 51%, entre crianças e jovens, do chamado “Covid de longa duração”, refere o The British Medical Journal.
Segundo Terence Stephenson, professor de saúde infantil e principal autor do estudo, “é reconfortante observar que os números [agora apresentados] são inferiores aos piores cenários previstos em dezembro passado. No entanto, não são de menor importância”
O estudo foi publicado como pré-impressão e ainda não foi revisto pelos pares.
Para esta análise, os investigadores contactaram jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos a partir da base de dados dos resultados dos testes realizados pela Public Health England, de janeiro a março de 2021. Enviaram questionários a 220 000 jovens e receberam 17 000 respostas.
Esta análise preliminar incluía 3065 jovens que tinham testado positivo para SARS-CoV-2 e uma coorte correspondente de 3739 que tinham testado negativo. Ambos os grupos preencheram questionários detalhados três meses após o seu teste.
Os investigadores descobriram que 15 semanas após o teste de PCR, 66,5% das pessoas que tinham testado positivo e 53,3% das que tinham testado negativo tinham um ou mais sintomas. Cerca de 30% dos que tinham testado positivo para a Covid-19 tinham três ou mais sintomas, em comparação com 16% dos que testaram negativo. Isto permitiu aos investigadores concluir que 14% das pessoas que testam positivo para a Covid-19 têm sintomas persistentes. Os sintomas mais relatados foram dores de cabeça e cansaço.
O Comité Misto de Vacinação e Imunização do Reino Unido (JCVI) está atualmente a decidir se deve alargar a vacinação a todos os jovens entre os 12 e os 15 anos.
Liz Whittaker, professora clínica sénior em doenças infeciosas pediátricas e imunologia no Imperial College de Londres, já informou que “não é claro neste momento se a vacinação vai prevenir os casos de Covid de longa duração e o JCVI vai basear a sua decisão no risco de doença severa e no risco da vacina.”