A Google acaba de anunciar o Nuvem, um novo sistema de cabos submarinos transatlânticos para ligar Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos.
Batizado com a palavra portuguesa “nuvem”, irá melhorar a resiliência da rede no Atlântico e ajudar a responder à procura crescente por serviços digitais. O percurso do novo cabo irá acrescentar diversidade à rota internacional e apoiar o desenvolvimento da infraestrutura de tecnologia de informação e comunicações (TIC) para os continentes e países envolvidos.
Estudos mostram os impactos positivos no comércio, no investimento e na produtividade que um cabo submarino pode trazer a um país. Com melhores custos e acessibilidade à Internet, as sociedades podem continuar a modernizar-se – as pessoas adquirem competências e conhecimento que abrem portas a novas oportunidades de emprego, ao mesmo tempo, que as empresas e os governos aumentam a produtividade por via da transformação digital. Os pontos de amarração do Nuvem abraçaram esta oportunidade e urgência, e estão a emergir rapidamente como hubs para a conectividade internacional.
Ao longo dos últimos anos, o Governo das Bermudas empreendeu esforços significativos para atrair investimentos em infra-estruturas de cabos submarinos e criar um hub atlântico digital — incluindo a aprovação de nova legislação para a criação de corredores de cabos e para a simplificação do licenciamento. O Nuvem será não só o primeiro cabo a aterrar neste ambiente robusto, mas também o primeiro a ligar as Bermudas à Europa.
“As Bermudas estão comprometidas há muito com o mercado de cabos submarinos e saudamos o cabo Nuvem no hub atlântico digital em rápido crescimento”, disse Walter Roban, Vice Primeiro-Ministro das Bermudas e Ministro de Assuntos Internos. “As Bermudas esperam trabalhar com a Google neste seu projeto de cabo – e desenvolver uma parceria mais ampla para aproveitar os benefícios do investimento em infraestrutura digital”.
“A Agência de Desenvolvimento de Negócios das Bermudas (BDA) saúda o anúncio da Google de que as Bermudas serão o lar de um novo cabo transatlântico no caminho para se tornar num hub digital do Atlântico”, disse David Hart, CEO da Agência de Desenvolvimento de Negócios das Bermudas. “A BDA defende há muito tempo que a centralidade das Bermudas a torna num ponto ideal de chegada e de interconexão para cabos submarinos entre as Américas, a Europa e a África e estamos muito entusiasmados por estes esforços terem dado frutos. Com cerca de 95% das comunicações mundiais a serem transportadas em redes de cabos submarinos, o papel das Bermudas enquanto switch internacional de tráfego de dados irá proporcionar maior resiliência e redundância da rede aos países de ambos os lados do Atlântico ao longo das próximas décadas.”
Portugal tornou-se igualmente num porto para cabos submarinos não apenas devido à sua localização geográfica estratégica no sudoeste da Europa continental, mas também pelo foco do país no reforço da infra-estrutura da economia digital. Com planos para amarração em Portugal, o Nuvem é o membro mais recente do portfólio de cabos submarinos de Portugal que também inclui o Equiano, o sistema concluído recentemente que liga Portugal com o Togo, Nigéria, Namíbia, África do Sul e Santa Helena.
O Ministro das Infraestruturas de Portugal, João Galamba, ao centro, com a equipa da Google Portugal
“O investimento hoje anunciado pela Google incorpora a nossa visão para Portugal nos setores das telecomunicações e dos dados: estabelecer o nosso país como uma porta de entrada de conectividade para a Europa, promovendo conexões fiáveis com outros continentes. O Governo português considera este investimento muito importante e apenas foi possível graças à grande articulação e diálogo entre o Ministério, as entidades portuguesas e a Google”, disse João Galamba, Ministro das Infraestruturas de Portugal. “O nosso objetivo é transformar estas autoestradas de informação em catalisadores que atraiam investimentos suplementares em setores tecnológicos de ponta impulsionando o país para uma transformação digital eficaz. Esta aspiração tem sido o nosso foco nos últimos meses, impulsionando os nossos esforços para atrair este tipo de investimentos, através das melhorias nas nossas infraestruturas de comunicação e com a definição de um roteiro claro para o setor.”
“Congratulo a Google pela expansão do seu sistema de cabos submarinos transatlânticos, ligando Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos. Este é mais um exemplo do crescente investimento dos EUA em Portugal”, afirmou Randi Charno Levine, Embaixadora dos EUA em Portugal. “Os cabos submarinos servem como espinha dorsal da comunicação global, ligando continentes e facilitando a troca de dados, informações e ideias em todo o mundo. A adição de um novo cabo submarino aumenta a resiliência da nossa infraestrutura de comunicações, ao mesmo tempo que melhora a acessibilidade da Internet. Este é um factor crucial para o desenvolvimento económico, para a educação e a inclusão social.”
Do lado dos Estados Unidos, o Nuvem terá como ponto de amarração a Carolina do Sul. A chegada do cabo irá estabelecer, ainda mais, o estado como um centro tecnológico em crescimento, aumentando a conectividade e a diversificação de empregos. Irá seguir os passos de Firmina, que chegou à Carolina do Sul no início deste ano e que irá no fim conectar-se com a Argentina, o Brasil e o Uruguai.
“O cabo adicional a ligar à Carolina do Sul reafirma a posição do nosso estado enquanto líder em tecnologias de ponta”, disse o governador Henry McMaster. “Celebramos os investimentos contínuos da Google em infraestrutura digital e esperamos ver os impactos económicos positivos no estado e no mundo.”
Com previsão de entrada ao serviço em 2026, o Nuvem irá acrescentar capacidade, aumentar a confiabilidade e diminuir a latência para os utilizadores da Google e dos clientes da Google Cloud em todo o mundo. Em conjunto com o Firmina e o Equiano, irá criar novos e importantes corredores de dados que ligam a América do Norte, América do Sul, Europa e África — servindo como uma espécie de raízes subaquáticas que fortalecem a rede intercontinental, ao mesmo tempo que juntam pessoas e economias de todo o mundo.