Será que tem uma Casa Passiva? O melhor pode ser certificar-se

Uma Casa Passiva tem um padrão elevado de eficiência e qualidade energética. A certificação obedece a regras que deve ter em conta antes de comprar.

Cada vez mais, a eficiência energética é um fator determinante na hora de comprar ou reabilitar uma casa. Esta preocupação tem vindo a crescer nos últimos anos, sobretudo pela necessidade de conseguir menores custos com os gastos energéticos, mas também por uma exigência redobrada de conforto e de maior preocupação ecológica dos consumidores.

Com estas metas em vista, a introdução do Certificado Energético como um documento obrigatório em qualquer processo de venda ou arrendamento deu aos portugueses a noção da classe energética das casas que negoceiam, mas também do que podem fazer para melhorar nesse índice.

O que é uma Casa Passiva?

O conceito de “Casa Passiva” (do alemão “Passivhaus”, também designado por Passive House) assenta, principalmente, no desempenho energético das habitações, adaptável a diferentes contextos climáticos, culturais e económicos. Está implementado, estudado e validado desde 1991. Pode ser aplicado à construção nova ou a reabilitações, visando sempre a máxima eficiência energética, o conforto de utilização e a qualidade do ar interior.

Uma Casa Passiva tem como principais mais-valias:

  • melhor qualidade do ar interior;
  • níveis superiores de conforto térmico;
  • melhoria dos níveis de conforto acústico;
  • níveis de eficiência energética mais elevados e redução das emissões de CO2.

A certificação deste tipo de edifícios é feita pelo Passivhaus Institut, que determina que, se o edifício cumprir com um conjunto muito restrito de requisitos, receberá uma certificação em como é uma Casa Passiva. Esta certificação também implica um conjunto de requisitos ao nível de projeto e execução da obra. Por exemplo, os projetistas têm de ser formados e certificados pelo Passivhaus Institut, tal como os fornecedores das várias soluções técnicas usadas na construção.

Em Portugal, a rede Passive House existe desde 2012, com a construção dos primeiros edifícios certificados e com a criação da Associação Passivhaus Portugal. A rede conta com centenas de profissionais formados e certificados, dezenas de empresas associadas, componentes certificados e produzidos em Portugal e protocolos de cooperação estabelecidos com universidades e institutos portugueses.

Cuidados ao comprar uma Casa Passiva

De acordo com a Associação Passivhaus Portugal, existem alguns casos de edifícios que reclamam para si o cumprimento da norma Passivhaus, mas que, na verdade, não estão devidamente certificados.

Não quer dizer que sejam edifícios ineficientes do ponto de vista energético, mas é incorreto afirmar que cumprem a norma Passivhaus ou que estão construídos de acordo com os princípios que sustentam o padrão de garantia de qualidade. Um edifício só pode ser considerado como uma Passivhaus se tiver, por exemplo, sido calculado com o Passive House Planning Package (PHPP) e verificar todos os requisitos da norma Passivhaus.

Se está à procura de casa e encontrou uma anunciada como uma Casa Passiva, devidamente certificada pelo Passivhaus Institut, deverá tomar algumas medidas.

Caso o edifício seja certificado:
  • solicitar o Certificado Passive House;
  • verificar a existência da placa identificadora;
  • solicitar a identificação da entidade certificadora;
  • verificar se o edifício se encontra na base de dados do Passivhaus Institut.
Caso o edifício não seja certificado:
  • solicitar o resultado do desempenho Passive House;
  • solicitar a identificação do Certified Passive House Designer;
  • solicitar o relatório do teste que avalia a estanquidade ao ar n50 (Blow Door Test);
  • solicitar o relatório do arranque do sistema de ventilação.

Pedir este tipo de informação permite perceber se a certificação é fidedigna e garante que não está a comprar “gato por lebre”. O pior cenário é aquele em que um edifício está a ser promovido como sendo uma Casa Passiva, certificada como tal, mas, na realidade, não o é, apresentando um desempenho térmico, energético e indicies de conforto de utilização muito aquém daqueles que uma verdadeira Casa Passiva iriam proporcionar.

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