Sugestão de leitura: “Lisboa II – Os Países Neutros e a Pilhagem Nazi”, de Neill Lockery, conta o papel de Portugal no saque da Segunda Guerra Mundial

A Casa das Letras edita na próxima terça-feira, 16 de abril, “Lisboa II – Os Países Neutros e a Pilhagem Nazi”, do reputado historiador britânico Neill Lockery que, com com base em informação inédita, revela os meandros da fuga dos tesouros roubados pelos nazis e o papel que Portugal teve no desaparecimento de obras de arte de colecionadores judeus, como os Rothschild, e de galeristas importantes, como Paul Rosenberg

Neill Lockery, que vive em Portugal, continua assim o bestseller “Lisboa: A Guerra nas Sombras da Cidade da Luz, 1939- 1945”, dando a conhecer aquilo a que chama “a última grande fuga da II Guerra Mundial”.

No final de janeiro de 1945, era evidente para a Alemanha que a guerra estava perdida. O III Reich estava em queda livre e os seus líderes, à exceção dos que se agrupavam em torno de Hitler no seu bunker de Berlim, procuravam fugir antes de serem capturados. Mas queriam levar consigo toda a riqueza que conseguissem: arte, pedras preciosas e ouro roubados. As suas rotas de fuga eram diversas: a Suécia e a Suíça ostentavam proximidade bancária e in­dustrial, enquanto Espanha e Portugal ofere­ciam uma costa atlântica convidativa e rotas marítimas para a América do Sul. E, de várias formas, cada uma destas chamadas nações neu­tras acolheu os fugitivos nazis, com a riqueza clandestina que transportavam.

“Lisboa II” relata a fascinante história da corrida para recuperar estes bens roubados antes que desaparecessem, e antes que a vontade de punir a Alemanha fosse substituída pelas considerações políticas da Guerra Fria, que se aproximava rapidamente. Neill Lochery dá a conhecer os meandros da fuga dos tesouros roubados pelos nazis e a passagem por Lisboa de muutos deles.

“Durante a II Guerra Mundial, e ainda antes desta, os nazis saquearam cerca de 20 por cento da arte e dos tesouros europeus. Este número fascina-me há já algum tempo. É claro que a quantidade roubada não conta a história toda. Quando estudei as longas listas de obras de arte que foram parar às mãos dos nazis, vi que incluíam os artistas mais importantes de todos os tempos, e mesmo alguns dos meus preferidos, como Pablo Picasso e Vincent van Gogh. A pilhagem sistemática dos nazis tomou a forma do roubo de coleções completas, particularmente a colecionadores judeus, como os Rothschild, e a galeristas importantes, como Paul Rosenberg, de Paris. Cada um destes roubos foi uma tragédia e, apesar de algum sucesso na recuperação das peças pela parte dos Aliados – famosamente através do trabalho dos aclamados Homens dos Monumentos – esta pilhagem permanece um crime por resolver ainda hoje”, escreve o historiador.

Neil Lockery  é especialista de renome mundial em política e história recente da Europa e do Médio Oriente mediterrânico. Autor de diversos livros aclamados pela crítica, incluindo Lisboa: A Guerra nas Sombras da Cidade da Luz, 1939- ‑1945, Portugal – Saído das Sombras da Revolução de 1974 até ao Presente, bem como Brasil – A Segunda Guerra Mundial e a Construção do Brasil Moderno e Porto: A Entrada para o Mundo, é professor catedrático de Estudos do Médio Oriente e do Mediterrâneo na University College London. Participa em numerosas palestras por todo o mundo, é comentador regular em assuntos internacionais e tem inúmeros textos publicados na imprensa internacional, incluindo o Wall Street Journal.