No Centro de Portugal acredita-se que a magia do Natal está nas pessoas.
As pessoas que vivem as tradições com coração, com autenticidade, com solidariedade, juntas e em comunidade. As pessoas que partilham e que se reúnem à mesa.
O “estar juntos” ganhou um novo significado no pós-pandemia. A preocupação com questões de saúde mental tem assumido uma maior relevância, em particular nos mais jovens e nos idosos.
“Estar só” ou “sentir-se só”, mesmo quando estamos acompanhados, é um sintoma desta “nova pandemia”, de carácter psicológico e social.
E é por isso que, este ano, o Turismo Centro de Portugal, quer sensibilizar para essa realidade, procurando evidenciar os aspetos positivos da vida, os mais quotidianos, os mais simples e, por vezes, invisíveis, a que muitas vezes não damos atenção.
«Neste Natal vamos restaurar os laços, criar novos, darmo-nos mais e abraçar-nos mais, estarmos juntos. Vamos procurar dar a mão a quem se sente só, encolhido. Vamos pensar menos o “eu” e mais o “nós”», afirma o Turismo do Centro de Portugal, acrescentando «escolhemos o poema “É Natal”, de Eugénio de Andrade, como um dos melhores espelhos do que deve ser o Natal. E do que desejamos a todos, nesta época! Porque “quem tem assim o verão, dentro de casa, não devia queixar-se de estar só. “Não devia”».
“É Natal
É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem tem assim o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.”
Eugénio de Andrade, in Rente ao Dizer