Uma investigação publicada em junho na revista científica LabMed Discovery e destacada pelo Sci Tech Daily revela que uma nanoemulsão de vitamina D3 pode reduzir significativamente os sintomas centrais da Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) em crianças entre os três e os seis anos.
O estudo envolveu 80 crianças com diagnóstico confirmado de PEA, divididas aleatoriamente em dois grupos. Um grupo recebeu um suplemento convencional de vitamina D3; o outro foi tratado com uma versão em nanoemulsão, uma forma avançada que permite maior absorção e biodisponibilidade da vitamina no organismo.
Melhoria em linguagem e comportamento adaptativo
Apenas o grupo que recebeu a vitamina D3 em nanoemulsão registou melhorias estatisticamente significativas nos níveis de vitamina, gravidade dos sintomas do autismo, QI social e desempenho linguístico, tanto recetivo como expressivo.
As avaliações foram feitas antes e após o tratamento de seis meses, com recurso a ferramentas reconhecidas como a Escala de Classificação do Autismo Infantil (CARS), a Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland e a Escala de Linguagem Pré-escolar.
Por contraste, o grupo com suplemento convencional, embora tenha aumentado os níveis sanguíneos de vitamina D3, não apresentou alterações significativas no comportamento ou desenvolvimento.
Resultados promissores, mas com cautela
A equipa científica conclui que a forma nanoemulsionada da vitamina D3 é superior à forma tradicional, produzindo efeitos clinicamente relevantes no contexto da PEA. Os autores sugerem que a tecnologia de nanoemulsão pode vir a ser uma ferramenta valiosa em intervenções nutricionais para perturbações do neurodesenvolvimento.
Contudo, admitem que são necessários estudos adicionais com amostras maiores e acompanhamento a longo prazo, de modo a confirmar estes resultados e compreender melhor eventuais variações de resposta entre géneros.