As pessoas evitam ter cartões de crédito e mantêm uma postura de acusação face às entidades praticarem taxas de juros elevadas, mas esquecem-se que o maior problema são eles próprios enquanto utilizadores!
Se for um consumidor responsável e fizer uma utilização consciente desse “disponível de crédito” – que os cartões colocam à disposição – e pagar na devida altura a 100% (para evitar pagamentos de juros), então não terá nada a temer. Pelo contrário, será uma grande mais valia.
O grande problema é quando se dá o primeiro atraso na conta do cartão e a dor de cabeça começa. Evite que as coisas fiquem descontroladas, tendo atenção aos seguintes sinais para não começar a viver acima das suas possibilidades:
- A taxa de esforço é de 50%
A taxa de esforço diz respeito à parte do rendimento que é destinada ao pagamento de prestações de créditos contraídos. O aconselhável é que essa taxa nunca exceda os 30%, visto que pode vir a tornar-se cada vez mais complicado a ter o disponível para fazer face a esses encargos.
É fundamental que tenha sempre as contas e outros encargos em dia para que não derrape no orçamento de forma a aumentar as suas dívidas antes que se tornem incomportáveis e comece a viver acima das suas possibilidades!
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- Não possui poupanças ou investimentos
Evite gastar parte do ordenado em coisas que se calhar não fazem falta e estejam acima das suas possibilidades, pois pode estar a entrar numa área cinzenta. Deve ter sempre um plano de emergência e algum dinheiro de parte, com o qual possa contar!
Daí que, tal como já foi mencionado por diversas vezes no nosso blog, uma das nossas dicas é que aloque geralmente 20% do ordenado ou para uma conta poupança, ou para outro tipo de investimentos de baixo risco, que consigam fazê-lo ganhar periodicamente alguns ganhos (por menores que sejam).
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- Viver acima das suas possibilidades: dívida no cartão de crédito
A utilização correta de um cartão de crédito pressupõe, sempre que possível, o pagamento total da conta ao final do mês, independentemente de qual seja o valor mínimo. Não é raro, quando os juros a pagar são demasiado elevados, acabarem por suplantar as vantagens que os cartões colocam à dispoisção dos utilizadores, desde descontos em serviços, hotelaria ou tecnologia, até à acumulação de milhas aéreas.
Se achar que não necessita de um plafond tão elevado, entre em contacto com o banco e peça para que o diminuam. É uma forma de “resistir” à tentação de gastar e gastar, evitando viver acima das suas possibilidades.
- Tem menos de 3 mil euros em poupanças e já está acima dos 30
Se durante a adolescência conseguiu poupar sempre algum dinheiro e mais ainda quando começou a trabalhar, ao chegar à tenra idade dos 30 anos seria espectável ter algum dinheiro de parte.
Imagine que começa a trabalhar aos 24 anos e consegue colocar de parte uma quantia como 42 euros por mês. Ora, esse valor multiplicado por doze meses e durante seis anos vai ultrapassar os 3 mil euros.
Apesar de não ser nenhuma fortuna, é um pé de meia que pode ajudá-lo a dar os primeiros passos no longo caminho para a independência.
- Os cartões são recusados devido à falta de liquidez
Por vezes, os cartões podem ser recusados por falhas de rede nos terminais ou problemas administrativos, mas, na maioria dos casos, acontece quando não existe dinheiro disponível e o pagamento não é efetuado por falta de fundos.
Os únicos momentos em que deve recorrer a um crédito pessoal para fazer face à eventual falta de liquidez é apenas para cobrir uma hipoteca, compra de um carro, financiar um curso ou uma compra que seja essencial para o dia-a-dia.
Nunca deverá fazer nenhuma destas compras via cartão de crédito, até porque as taxas de juros podem ser bem mais elevadas e a dada altura incomportáveis, contribuindo para viver acima das suas possibilidades.
- Não descure os pagamentos frequentes
O telefone está várias vezes sem rede? Ficou sem eletricidade em casa enquanto estava a preparar o jantar? Já se lembrou porque motivo foi? Pois! Atrasou-se no pagamento das contas mensais e provavelmente nem esteve atento aos diversos avisos por falta de pagamento.
Tome consciência dos pagamentos que são primordiais caso pretenda ter uma vida independente sem ter de recorrer a quem quer que seja.
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- Os seus amigos ganham o mesmo e têm uma vida (bem mais) confortável
As pessoas são diferentes, quer a nível de personalidades, gostos e estilos de vida, cada adotando uma postura na vida diferente dos demais.
Pode ser difícil imaginar se duas pessoas têm os mesmos rendimentos e gastos mensais, como pode apenas uma viver tão confortavelmente? Pode dar-se o caso dessa pessoa ter poupanças onde consiga ir buscar parte desse dinheiro, ter a família que a ajuda, seja por que razão for, não importa.
O que está à vista nem sempre é o que se passa na realidade. O que importa é que o foco seja em si próprio e nas suas finanças. Seja consciente e lembre-se: estamos aqui para o guiar, aconselhar e, acima de tudo, ajudar as suas finanças a crescer.