De uma forma ou de outra o mais provável é que ao longo da sua vida experiencie estados de ansiedade mais severos. Estes momentos podem ser assustadores e perigosos, na medida em que parecem “sugam” a nossa própria felicidade e bem-estar.
No entanto apesar de ser algo comum existe ainda um grande estigma associado a estes pensamentos e preocupações.
Somos convencidos a seguir o mote “Don`t worry, be happy” (“Não te preocupes, sê feliz”) e a viver uma vida focada no presente sem muitas considerações ou previsões relativamente ao nosso futuro. Apesar desta ser uma recomendação popular a verdade é que muitas pessoas encontram algum conforto no ato de se preocuparem muito e considerarem todos os possíveis detalhes. Desta forma sentem-se mais preparadas para enfrentar uma qualquer situação.
Sendo certo que esta capacidade de prever e planear pode-se revelar extremamente útil, a verdade é que facilmente se torna num exercício incapacitante. Estar constantemente a considerar os pequenos detalhes, as preocupações ou a prever cenários pode ser muito cansativo. Não ser capaz de “desligar” e acalmar é um caminho certo para um iminente colapso e para uma constante insatisfação.
Recentemente a psicóloga Ellen Hendriksen partilhou um conjunto de recomendações no portal Psychology Today que pretendem ajudar a lidar melhor com estes estados de ansiedade, definindo estratégias para impedir estes processos mais destrutivos.
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Escolha uma hora para se preocupar
Definir um horário e um tempo certo para se dedicar aos seus pensamentos mais preocupantes e às suas ansiedades mais permanentes é uma boa estratégia para evitar que estes pensamentos consumam todo o seu dia. É fácil cair no erro de passar todo um dia a preocupar-se com coisas que simplesmente não pode resolver. Este é um exercício inglório que apenas provoca sofrimento.
Escolha antes 30 minutos do seu dia para se dedicar a estes temas. O mais provável é que quando essa hora chegar (no final do dia por exemplo) as ansiedades não pareçam já tão intensas. Evite, no entanto, pensar sobre isto antes de se ir deitar, por razões óbvias.
Caso surjam preocupações inesperadas ao longo do dia reflita sempre se existe algo que pode fazer para resolver no momento essa situação. Caso contrário “guarde” essa ansiedade para a sua hora designada.
Não podemos fugir das nossas preocupações, mas podemos certamente controlar a forma como lidámos com elas.
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Experimente agir de uma forma mais confiante e decisiva
Existem certamente pessoas que tendem a viver uma vida livre de grandes ansiedades. Têm capacidade de existir sem criar constantemente grandes planos. São espontâneos e encaram as coisas conforme elas surgem, sem previsões ou grandes sofrimentos prévios.
Da próxima vez que passar 8 horas a analisar todas as máquinas de café do mercado antes de decidir qual quer comprar, ou da próxima vez que se sentir paralisado e incapaz de carregar no botão “enviar” apesar de já ter relido o mesmo email 10 vezes, procure pensar o que faria este outro tipo de pessoa mais relaxada.
Experimente replicar esse comportamento e compreenda que provavelmente uma atitude menos ansiosa não irá diminuir a qualidade das suas decisões, mas irá antes permitir evitar certamente grande parte do sofrimento associado.
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Concentre-se exclusivamente no pior que pode acontecer
Este pode ser um exercício intenso e algo doloroso, mas que normalmente se prova extremamente eficaz. Quando uma preocupação surgir tente “conduzi-la” ao extremo. Imagine em grande detalhe o que pode acontecer se tal previsão se concretizar. Imagine tudo aquilo que irá sentir se o pior acontecer.
Este contacto próximo com a realidade imaginada vai deixá-lo desconfortável, mas com o tempo vai também dessensibilizá-lo. O pior que pode acontecer vai parecer cada vez menos assustador. Essa ideia pode até tornar-se aborrecida. Em alternativa vai perceber que nunca iria permitir que tal situação se concretizasse ou chegasse a um ponto tão degradante.
Esta visualização da ansiedade no seu estado mais dramático pode ser eficaz para quebrar alguns dos medos associados e retirar algum do poder que associamos a uma determinada situação.