“Esta é uma revisão importante que nos fornece dados recentes de alto nível que apelam a uma discussão política clara e, em última análise, a ações que tornem claro para a população quais os alimentos que são ultraprocessados e prejudiciais para a saúde”, afirmou Amelia Lake, professora de nutrição em saúde pública na Universidade de Teesside, que não esteve envolvida no estudo, num comunicado.
“Este é um debate vivo e animado, mas temos um conhecimento sólido sobre os efeitos nocivos das dietas ricas em gordura, açúcar e sal para a nossa saúde.
“Trata-se de uma investigação de boa qualidade que reúne provas recentes (no período de três anos). Existem sempre questões relacionadas com a forma como os dados dietéticos são recolhidos, mas os autores reviram as provas e classificaram a sua qualidade”, acrescentou.
Segundo os autores, estes alimentos estão a fazer cada vez mais parte das dietas a nível mundial, representando mais de metade da ingestão calórica diária nos EUA e no Reino Unido.
“Observamos que a tendência consistente que liga os alimentos ultraprocessados a maus resultados em termos de saúde é suficiente para justificar o desenvolvimento e a avaliação de políticas governamentais e estratégias de saúde pública destinadas a visar e reduzir a exposição alimentar a alimentos ultraprocessados”, disse Melissa Lane, a principal autora do estudo da Universidade de Deakin, numa publicação nas redes sociais.
Os investigadores também avaliaram a credibilidade das provas das análises.
Concluíram que as provas mais fortes revelavam ligações diretas entre o consumo de alimentos ultraprocessados e um maior risco de morte, mortalidade relacionada com doenças cardiovasculares, problemas de saúde mental, obesidade e diabetes tipo 2.
Afirmaram que são necessários mais ensaios clínicos aleatórios para determinar a causalidade, referindo que existem várias limitações a este tipo de revisão global.