Durante a nossa vida o mais provável é que por vezes acabemos por magoar as outras pessoas. Seja de forma voluntária ou não, isto parece ser algo inevitável. Existem momentos de maior tensão ou confronto em que acabamos por dizer coisas que podem ferir os sentimentos do outro.
Isto acaba por ser mais frequente sobretudo nas nossas relações pessoais. Seja porque temos de disciplinar ou dizer algo mais firme a um filho que está a ir por um caminho destrutivo ou em alternativa porque chegou a hora de terminar uma relação amorosa que simplesmente não está a resultar, a verdade é que estes momentos acabam por causar dor.
A maior parte das pessoas têm um receio consciente de puder vir a magoar alguém de quem gostam e procuram evitar estes momentos a todo o custo. No entanto existe um outro tipo de pessoa que acaba por viver uma vida repleta de conflito, acabando por estar constantemente a causar dor à sua família, filhos ou parceiro amorosos. Este é um exercício permanente e destrutivo
Eis algumas características de personalidade e razões que podem explicar esta tendência de magoar exatamente aquelas pessoas de quem mais gostamos.
- Falta de empatia
Algumas pessoas têm uma maior dificuldade em sentir empatia. Não conseguem com facilidade ver outras perspetivas, não conseguem simplesmente “calçar os sapatos dos outros”. Isto por vezes é algo completamente involuntário. Não compreendem que certas ações possam causar dor pois eles não sentem essas experiências como algo negativo. São negligentes em relação às necessidades dos outros. Nestes casos é preciso um trabalho forte de comunicação e um estabelecer claro de regras que permita comunicar quais os comportamentos que são (ou não) aceitáveis.
- Baixa autoestima
Por vezes o facto de as pessoas terem uma autoestima mais baixa e não se valorizarem adequadamente pode dar aso a que acabem por ser mais frios e incorretos com os outros. Isto acontece porque não acreditam que a sua presença seja particularmente importante ou sentida e como tal acabam muitas vezes por “desaparecer” ou afastar-se de uma forma inexplicada, causando sofrimento a todos aqueles que verdadeiramente gostam de si. Da mesma forma algumas experiências negativas, negligentes ou traumáticas de infância podem fomentar comportamentos mais desadequados. Alguém que tenha sofrido em criança “às mãos” dos seus pais ou familiares terá uma maior tendência a replicar mais tarde esses mesmos comportamentos nas suas relações.
- Têm um qualquer objetivo
Sendo certo que em muitos casos as pessoas acabam por magoar os outros de forma involuntária, existem também casos de pessoas que o fazem obviamente de uma forma deliberada. Se o seu parceiro fala mal consigo em frente aos outros, se a critica ou chama nomes, então isso pode significar que desejam rebaixar a sua presença e ganhar poder. Querem assumir uma posição dominante e transmitir a mensagem de que você não merece um tratamento tão adequado.
- Prazer em infligir dor
Estranhamente algumas pessoas apreciam o processo de causar dor a outros. Normalmente isto está mais uma vez associado a uma infância repleta de problemas e abusos emocionais. Podem sentir algum prazer ou alívio em replicar consigo certos comportamentos incorretos. Esta ação acaba por funcionar como uma distração dos seus próprios problemas. É uma justificação e um “soldar de dívida” pelo que aconteceu no seu passado.
- Escolha “tóxica” de parceiros
Não escolhemos as pessoas de forma aleatória. Subconscientemente gravitamos em torno de pessoas que preencham as nossas necessidades mais profundas e que se adequam a um determinado perfil. Alguém que goste de dominar e magoar irá sempre procurar alguém que lhe permita assumir esse tipo de comportamentos numa relação. Por outro lado, algumas pessoas com problemas mal resolvidos podem sentir-se inconscientemente mais atraídas por pessoas que lhes possam causar sofrimento. É um mecanismo destrutivo muitas vezes associado a pessoas provenientes de lares familiares caracterizados por relações abusivas e raras demonstrações de amor ou apreciação.